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Sem atuação do Banco Central, dólar cai 2% e fecha a R$ 3,53

Com investidores ainda analisando um eventual governo Temer, moeda cedeu e Bovespa encerrou o pregão em alta; preços das commodities avançaram e fizeram índice de ações subir 1,54%

Por Karla Spotorno (Broadcast)
Atualização:
Diferente do visto no dia anterior, Banco Central não atuou no mercado e dólar cedeu Foto: Reuters

SÃO PAULO - A Bovespa fechou em alta e o dólar em queda nesta terça-feira, 19, influenciados pelos mercados internacionais. No exterior, houve uma apreciação dos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, e uma maior disposição de investidores em apostar em ativos de risco. A moeda americana encerrou a terça-feira cotada a R$ 3,5300, em queda de 2,09%. Já o Ibovespa (principal índice de ações do mercado brasileiro) fechou o pregão em alta de 1,54%, aos 53.710,05 pontos.

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Além do recuo firme do dólar ante várias divisas estrangeiras, o mercado cambial brasileiro também foi influenciado pela ausência do Banco Central (BC) nos negócios. Hoje, o BC não realizou leilões de swap cambial reverso (o que equivale à compra de dólares no mercado futuro), operação que influenciou a alta da moeda na véspera.

Tanto no mercado de ações quanto no cambial, investidores e analistas mantiveram-se atentos ao cenário político. A comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado deve ser instalada na próxima terça-feira, segundo o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, Renan também afirmou que o rito será ditado pela comissão especial, que terá até dez dias úteis para apreciar o pedido de impedimento.

Voltando à Bolsa, as ações que mais contribuíam para a valorização do Ibovespa foram as do setor de mineração (Vale PNA +8,72%) e siderurgia (Usiminas PNA +10,63% e CSN ON +9,92%), reagindo à alta de commodities no exterior. A Petrobrás também teve forte alta (ON +5,01% e PN +4,11%), diante da valorização do petróleo nos mercados futuros de Londres e Nova York.

Os contratos de petróleo fecharam com variação positiva, com os investidores deixando para trás a ausência de um acordo na reunião de Doha e focando em problemas em alguns países que podem reduzir o excesso de oferta global. Um deles é uma greve de trabalhadores do setor de petróleo no Kuwait, que deve tirar cerca de 2 milhões de barris por dia do mercado. O contrato do WTI para junho, que já é o mais negociado, fechou com alta de 3,10%, a US$ 42,47 por barril, na Nymex. O Brent para o mesmo mês subiu 2,61%, a US$ 44,03 por barril, na ICE.

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