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Cenário político e juros americanos deixam o mercado instável

Veja a avaliação do desempenho dos investimentos financeiro no mês de março e as perspectivas para o mês de abril na avaliação do consultor financeiro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Balanço de março: Bolsa cai e dólar sobe 1º- O euro apresentou forte alta de 3,13%, em relação ao real; 2º- O ouro registrou importante valorização de 3,07%; 3º- Os fundos de Renda Fixa devem fechar o mês com rendimento bruto na faixa de 1,2% a 1,55%, dependendo também da taxa de administração do fundo; 4º- Os fundos DI devem fechar o mês com rendimento bruto, também, na faixa de 1,2% a 1,55%, com rendimento muito parecido aos Fundos DI, dependendo da taxa de administração do fundo; 5º- O dólar teve valorização de 1,17%; 6º- Os títulos indexados ao IGP-M, com o IGP-M de março apresentando deflação de 0,23%, devem fechar o mês com resultados bem abaixo dos fundos de Renda Fixa e DI, com rendimento bruto na faixa de 0,35% a 0,7%, dependendo do prazo do papel; 7º- A Bolsa brasileira apresentou queda, no mês, de 1,71%. Durante o mês de março, os fatores que mais influenciaram o mercado foram: 1º - Novas denúncias envolvendo membros do governo, que culminaram com a saída do ministro Antonio Palocci. Esse fato desencadeou incertezas sobre a continuidade da política econômica; 2º - Grande debate sobre a continuidade ou não da política atual de juros do FED, agora comandado por Ben Bernanke. O mercado está com o temor de que os juros sejam elevados muito além dos 5% ao ano, fato que criou volatilidade nas bolsas e títulos durante o mês; 3º - Indicação pelos bancos centrais (Europa e Japão) de possíveis futuros aumentos de juros; 4º - Aumento do preço do petróleo, atingindo patamar próximo a US$ 70 por barril. No âmbito interno, as atenções estarão voltadas para o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e sua disposição em continuar a política econômica atual. Possíveis mudanças poderão ser percebidas mais em suas atitudes do que no discurso. Alterações no segundo escalão e no Banco Central poderão agitar os mercados. A continuidade das investigações envolvendo o ex-ministro Palocci e a entrega do relatório da CPI dos Correios podem também trazer turbulências. No cenário internacional, os mercados continuarão atentos à economia dos EUA: os juros norte-americanos e os indicadores de crescimento e de inflação. Os movimentos em direção a possíveis aumentos de juros pelo Banco Central Europeu e do Japão também serão fatores que afetarão os mercados. Perspectivas Os fundos DI continuam muito atrativos e proporcionando bom juro real bruto. Em abril, o rendimento bruto será na faixa de 0,85 a 1,15%, dependendo da taxa de administração do fundo e da "marcação a mercado". Os fundos de Renda Fixa em março voltaram a apresentar rendimento muito similar aos fundos DI. Apresentam-se como boas opções de diversificação para investidores moderados e agressivos. O seu rendimento em relação aos fundos DI dependerá da política de redução dos juros implementada pelo Banco Central, se for mais agressiva do que o mercado espera, seu rendimento superará os Fundos DI. O rendimento bruto em abril deverá ser similar aos fundos DI, se não houver qualquer surpresa em relação à percepção do mercado sobre os juros futuros. Os títulos indexados à variação do IGP-M continuam como opções de investimento a longo prazo como diversificação de portfólio, pois esses títulos estão rendendo entre de 10% a 11% ao ano, mais variação do IGP-M. Com o IGP-M de março apresentando deflação de 0,23%, tiveram resultados fracos, bem abaixo dos fundos DI e de Renda Fixa. Os fundos Cambiais (dólar e euro), devido à turbulência na área política e mudança da equipe econômica, tiveram bom retorno em março. Mantêm-se como opções para diversificação de portfólio para investidores com perfil conservador e moderado, com visão de longo prazo, caso o cenário interno e/ou externo piorem. O ouro foi favorecido pela forte alta no mercado internacional e da valorização do dólar no mercado doméstico. Similar aos fundos cambiais, continua uma opção conservadora atraente para diversificação, devido ao baixo valor do dólar no mercado doméstico e à cotação do ouro no mercado internacional ainda estar em patamar interessante. A bolsa brasileira teve queda de 1,71% devido às denúncias envolvendo o governo, que culminaram com a saída do ministro Palocci, e ao temor que os juros americanos sejam elevados muito além dos 5% ao ano. Consideramos 31.030 pontos o valor justo para Índice Bovespa, ou seja, em termos históricos (1968 até 2006) o valor que não apresenta ágio ou deságio no preço médio das ações. Ao nível atual de 37.951pontos, o Ibovespa apresenta ágio médio de 22,3%. As bolsas mundiais, de maneira geral, apesar de oscilações, tiveram um mês de alta em março. As perspectivas continuam boas para o médio e longo prazos, dependendo do crescimento dos EUA e China. As opções com maior potencial de retorno são as bolsas do Japão, Áustria, França e Reino Unido (países desenvolvidos) e Malásia, Chile, Cingapura e Hong Kong (países emergentes). Os imóveis comerciais continuam a preços históricos baixos, embora já apresentem alguma recuperação com a melhoria nas perspectivas do crescimento econômico. Boa opção para diversificação de portfólio de investidores com perfil conservador e moderado.

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