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Embalada pelo exterior, Bolsa sobe e atinge novo pico em quase dois anos

Avanço de petróleo favoreceu ações da Petrobrás; dólar fechou em leve alta de 0,09%, cotado a R$ 3,1876

Por Ana Luísa Westphalen e Paula Dias
Atualização:

A Bovespa fechou em alta nesta segunda-feira, 15, acima dos 59 mil pontos pela primeira vez desde 8 de setembro de 2014. O Índice Bovespa encerrou os negócios em alta de 1,45%, aos 59.145,97 pontos, embalado pelo bom desempenho das bolsas em Nova York e pela valorização do preço do petróleo no mercado internacional. Com a commodity subindo mais de 2% em Londres e em Nova York, as ações da Petrobrás ficaram entre os destaques de alta do Ibovespa.

Na máxima, no meio da tarde, o índice chegou a subir 1,76%, aos 59.324 pontos. O giro financeiro foi inflado pelo exercício de opções e somou R$ 8,72 bilhões, sendo o volume de R$ 2,63 bilhões referente ao exercício de opções, na primeira metade do pregão. No mês de agosto, a Bolsa acumula valorização de 3,23%, e no ano, alta de 36,47%.

Petróleo e bolsas no exterior ajudaram negócios na Bovespa Foto: Estadão

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No mercado de câmbio, o dólar operou em baixa durante praticamente todo o dia, mas inverteu a tendência nos últimos minutos de negociação, fechando em leve alta de 0,09%, cotado a R$ 3,1876. Em um dia de noticiário escasso e volume de negócios bastante reduzido, a moeda americana acompanhou por todo o tempo tendência de queda que prevaleceu frente a outras divisas pelo mundo, principalmente em relação às de países emergentes. O Banco Central manteve a oferta maior de contratos de swap cambial reverso, o que, segundo profissionais do mercado, contribuiu em boa medida para conter o movimento de baixa. 

O dólar havia acumulado ganho de 1,76% na quinta e na sexta-feira, em reação ao aumento da oferta de swaps reversos e a uma sinalização do presidente interino, Michel Temer, de que a apreciação do real era uma preocupação do governo. Até a decisão do BC, a moeda acumulava perda de 3,47% em agosto. Em contrapartida às declarações de Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, reforçaram que o câmbio no Brasil é, por definição, flutuante.

Na mínima do dia, registrada pela manhã, o dólar à vista chegou a R$ 3,1583 (-0,83%). A defesa do câmbio flutuante feita por Meirelles e Ilan Goldfajn contribuiu para tirar pressão do câmbio pela manhã, mas a influência internacional foi apontada como determinante para a desvalorização do dólar pela manhã. Essa correlação perdeu fôlego à tarde, com investidores recompondo parte dos dólares que haviam vendido mais cedo.

Mercado de ações. Internamente, o pregão desta segunda-feira ainda sofreu influência do vencimento de opções sobre ações realizado nesta manhã, segundo operadores, com alguns investidores tendo que buscar papéis no mercado para cumprir o exercício. Mas o vencimento de Ibovespa Futuro, na próxima quarta-feira, também ajudou a manter o índice à vista no atual patamar, com os agentes comprados pressionando-o para cima para levarem maior vantagem na operação no mercado de derivativos. 

Entre os destaques de alta do Ibovespa, as ações da Petrobrás terminaram com ganho de 4,39% (ON) e 2,58% (PN), na esteira do petróleo, que se manteve em alta pelo terceiro pregão consecutivo.

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Expectativas criadas pelo anúncio de uma reunião em setembro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continuaram ajudando os preços da commodity no início desta semana. O encontro, que pode resultar em uma proposta de congelamento da produção, recebeu apoio da Arábia Saudita e tem gerado uma corrida para cobrir posições vendidas, o que intensifica a alta dos contratos. 

A valorização do petróleo deu impulso às ações ligadas à commodities de uma maneira geral, o que também beneficiou as mineradoras no exterior. Por aqui, a Vale foi beneficiada por esse movimento global e viu seus papéis terminaram em alta de 2,62% (ON) e 3,11% (PNA), a despeito dos preços do minério de ferro, que fecharam praticamente estáveis no mercado à vista chinês. 

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