Atualizado às 20h19
O dólar voltou a ter uma alta expressiva nesta sexta-feira, puxado principalmente por notícias envolvendo a Petrobrás e também pelo anúncio positivo de dados referentes ao mercado de trabalho americano. A moeda teve valorização de 1,09% e fechou o dia a R$ 2,7720, o maior valor desde 10 de dezembro de 2004.
A moeda americana abriu o dia em queda, acompanhando o viés de baixa visto no exterior e pressionado por dados do IPCA de janeiro, que registrou alta de 1,24%. Porém, já ao longo da manhã começou a se valorizar, com os investidores reagindo mal à informação de que Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, tinha sido escolhido ser o novo presidente da Petrobrás. “A escolha de Bendine apontou falta de opção. O mercado esperava outros nomes, como o Paulo Leme, o Murilo Ferreira ou o Roger Agnelli, para tentar fazer da Petrobrás uma empresa com controles, com compliance. Ela ficaria muito mais transparente se não houvesse o vínculo com o PT”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. O dólar acelerou os ganhos com a divulgação do relatório de empregos dos EUA. A economia americana criou 257 mil empregos em janeiro. O resultado veio acima da expectativa de analistas, e reforça a aposta na alta de juros no país. “Hoje tivemos todos os motivos para que o dólar subisse. Temos um clima de insegurança grande. Também há os problemas de energia e de água, a operação Lava Jato e a mudança da presidência da Petrobrás, além de um payroll excelente nos EUA. Não tinha como dólar não subir”, ressaltou José Faria Júnior, diretor técnico da Wagner Investimentos.