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Dólar cai abaixo de R$ 3,20 e fecha no menor patamar em mais de um ano

Moeda caiu 1,39% com corte nos juros britânicos e terminou o dia cotada a R$ 3,19; Bolsa também se beneficiou e fechou em alta

Por Ana Luísa Westphalen e Reuters
Atualização:

O dólar comercial à vista recuou 1,39% nesta quinta-feira, 4, e encerrou o dia abaixo dos R$ 3,20, menor nível de fechamento em mais de um ano. Operadores citam o corte dos juros britânicos e fluxos de entrada de recursos externos relacionados a operações corporativas.

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A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 3,1935, a menor cotação desde 21 de julho de 2015. Na mínima, chegou a R$ 3,1923 (-1,42%). A Bovespa também se beneficiou do movimento e fechou em alta de 0,91%, aos 57.593,89 pontos, no maior patamar desde 5 de maio de 2015.

O Banco da Inglaterra (BoE) cortou sua taxa de juros de 0,50% para 0,25%, a primeira redução desde 2009. Além disso, o banco central britânico também informou que vai comprar mais 60 bilhões de libras em títulos públicos para amortecer o impacto do referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

Corte nos juros britânicos influenciou o bom humor do mercado Foto: Pixabay

Juros mais baixos no Reino Unido tendem a aumentar a atratividade relativa de ativos que oferecem rendimentos altos, como no Brasil. Além disso, parte dos capitais injetados pelo banco central britânico na economia tende a migrar para mercados emergentes.

No cenário local, operadores citaram ainda um fluxo positivo de mais de US$ 1 bilhão feito por uma grande empresa, que teria contribuído para puxar a moeda norte-americana para baixo nesta sessão.

Muitos investidores esperam que o Brasil receba cada vez mais recursos externos daqui para frente, após anúncios de diversas captações externas. Na véspera, a Vale vendeu UUS$ 1 bilhão em títulos internacionais, seguindo-se a emissões de empresas como Petrobrás e Marfrig.

Bolsa. Em trajetória de alta pelo segundo pregão seguido, a Bovespa pegou carona mais uma vez na recuperação dos preços do petróleo do exterior, mas o bom humor foi instaurado nos mercados logo cedo, com a decisão do BoE. Além de confirmar a expectativa de corte da taxa de juros, o BC britânico surpreendeu ao elevar seu programa de compra de ativos, de 375 bilhões de libras para 435 bilhões de libras, com o objetivo de amenizar os possíveis impactos do "Brexit".

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Internamente, também agradou ao mercado a aprovação, no fim da manhã, de parecer favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial do Senado. Amplamente esperada, a vitória por 14 votos a cinco foi vista como um avanço no andamento do processo. 

Entre as ações mais negociadas, os papéis da Petrobrás encerraram em alta de 0,15% (ON) e 0,92% (PN), na esteira da recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional. Os ganhos foram reduzidos em meio a um movimento de ajuste de posições no fim da sessão. Ainda sob efeito de um relatório do governo dos Estados Unidos divulgado na quarta-feira, 3, que mostrou queda acentuada nos estoques de gasolina, o WTI para setembro negociado na Nymex fechou em alta de 2,69%, a US$ 41,93 por barril. O avanço do Brent para outubro, negociado em Londres, foi de 2,76%, a US$ 44,29 por barril.

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