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Dólar tem correção de excessos e fecha abaixo dos R$ 4

Redução das incertezas no ambiente internacional fez a moeda americana cair 1,03%, depois de forte alta na véspera; movimento também beneficiou a Bolsa, que fechou em alta de 0,66%

Por Paula Dias e Claudia Violante
Atualização:

Texto atualizado às 19h10

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SÃO PAULO - O ambiente internacional menos tenso favoreceu a queda de 1,03% do dólar, que fechou cotado a R$ 3,9929 nesta terça-feira. Na véspera, o estresse com números negativos na China havia levado a moeda norte-americana a uma alta de 1,88%, com a cotação de volta ao patamar dos R$ 4. A queda de hoje foi atribuída principalmente à redução dos exageros da segunda-feira.

A desvalorização do dólar frente ao real aconteceu na contramão da tendência internacional, uma vez que a moeda americana subiu frente à maioria das moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Esse comportamento é explicado, pelo menos em parte, pelo fato de o real ter tido uma das maiores perdas ontem, quando os mercados reagiram aos dados negativos da economia da China. A notícia da intervenção governamental na economia chinesa, por meio da injeção de aproximadamente US$ 20 bilhões na economia, melhorou os ânimos nos mercados e favoreceu uma recuperação do real ante o dólar no Brasil.

Moeda americana fechou abaixo da cotação de R$ 4 Foto: Paulo Vitor/Estadão

A divisa norte-americana chegou a esboçar uma alta nos minutos iniciais de negociação, quando atingiu a máxima de R$ 4,0564 (+0,55%), mas perdeu fôlego com o ingresso de exportadores no mercado e se manteve em baixa até o fechamento. Na mínima do dia, a cotação chegou a R$ 3,9906 (-1,09%). 

Numa sessão de agenda esvaziada no Brasil e no exterior, o giro de negócios foi limitado. No mercado futuro de câmbio, o dólar para liquidação em 1º de fevereiro era cotado a R$ 4,040 às 17h34, com baixa de 0,82%. 

Bolsa. A Bovespa recompôs um pouco das perdas da véspera, a despeito do recuo das bolsas chinesas e das norte-americanas na maior parte do dia. No começo da tarde, uma pressão vendedora em Nova York acabou influenciando a piora do Ibovespa, que foi para o vermelho, mas o movimento foi pontual e, embora tenha perdido fôlego à tarde, o principal índice doméstico fechou em alta. 

O Ibovespa subiu 0,66%, aos 42.419,32 pontos. Na mínima da sessão, marcou 42.137 pontos (-0,01%) e, na máxima, 42.534 pontos (+0,93%). No mês e no ano, acumula perda de 2,14%. O giro financeiro foi fraco e totalizou R$ 4,280 bilhões. 

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À tarde, a Bolsa doméstica perdeu força de olho em Wall Street: quando os índices acionários lá foram para as mínimas, a Bovespa virou para o negativo, mas a compra de oportunidade por parte de alguns investidores acabou dando sustentação ao índice. 

Nessa lista entraram ações do setor financeiro, sobretudo as não bancárias, com destaque para Cielo (+4,78%), BM&FBovespa (+3,83%), Porto Seguro ON (+3,04%) e SulAmérica unit (+1,26%). Entre os bancos, Itaú Unibanco PN subiu 0,84%, BB ON, 0,35%, Bradesco PN, 0,37%, mas Santander Unit caiu, 1,50%. 

A injeção de quase US$ 20 bilhões pelo Banco Central chinês estimulou as mineradoras na Europa, mas não fez o mesmo com o Brasil, onde Vale ON caiu 1,34% e Vale PNA, 1%, em dia de baixa do preço do minério de ferro. No setor siderúrgico, as perdas foram incentivadas pelo rebaixamento da Gerdau pelo Itaú BBA e pela notícia de que o governo é contra aumentar o imposto de importação para o setor. 

Gerdau PN caiu 4,63%, Metalúrgica Gerdau PN, 8,13%, Usiminas PNA, 8,22%, e CSN ON, 4,92%. 

Petrobrás, que ontem contrariou o mercado e foi um dos poucos papéis a subir, hoje caiu: a ação ON caiu 2,54% e a PN, 2,77%.

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