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Dólar cai pelo 2º dia e fecha cotado a R$ 2,65

Baixa do dólar foi conduzida pelo alívio das tensões no exterior e também por movimento de ajuste após a forte alta dos últimos dias

Por Clarissa Mangueira
Atualização:

 O dólar terminou em queda pela segunda sessão consecutiva, ajudado pelo alívio das tensões no exterior e por um movimento de realização de lucros que se seguiu à alta acentuada da moeda recentemente. A baixa do dólar favoreceu o recuo das taxas de juros futuros, que registraram uma negociação mais calma hoje em meio à agenda doméstica fraca de indicadores.

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No fim da sessão, o dólar à vista caiu 1,78%, a R$ 2,6540. Perto das 16h30, o volume de negócios totalizava US$ 1,934 bilhão, sendo US$ 1,880 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para janeiro caía 2,33%, a R$ 2,6600.

O ambiente mais ameno no exterior se manteve mesmo após o petróleo ter interrompido o movimento de recuperação visto mais cedo, à medida que os investidores ainda reagiam positivamente ao comunicado mais brando do Federal Reserve (Fed), divulgado ontem. O BC norte-americano disse que pode ser "paciente" antes de elevar os juros e sinalizou que a elevação, quando vier, pode ser em ritmo mais ameno. Além disso, houve algumas revisões importantes: as projeções para a inflação em 2015, que antes eram de 1,6% a 1,9%, foram para 1,0% a 1,6%. As estimativas para a mediana dos Fed Funds no fim de 2015 cederam de 1,375% para 1,125%. Para 2016, recuaram de 2,875% para 2,5%.

A melhora das tensões na Rússia também contribuiu para alimentar o apetite por risco nos mercados financeiros nesta quinta-feira. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que o governo não tem planos de forçar os exportadores a venderem moeda numa tentativa de estabilizar o rublo, que despencou ante o dólar devido à queda dos preços do petróleo. Putin acusou as nações ocidentais de tentar conter e desarmar a Rússia em relação a tomar controle de seus recursos naturais. Os problemas econômicos atuais, afirmou, são o custo da independência e da soberania.

No mercado de renda fixa local, as taxas de juros futuras recuaram com a melhora do sentimento no exterior e a queda do dólar. No fim do pregão regular, o DI para abril de 2015 (134.570 contratos) tinha taxa de 12,22%, de 12,270% no ajuste anterior. O vencimento para julho de 2015 (49.870 contratos) tinha taxa de 12,58%, de 12,61% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (225.750 contratos) tinha taxa de 12,91%, na mínima, de 12,92% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 (199.930 contratos), o mais negociado, tinha taxa de 12,94%, de 13,01% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 (62.730 contratos) exibia taxa 12,46%, de 12,58% no ajuste de ontem.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta tarde, foram apenas monitorados pelo mercado. A geração de 8.381 postos de trabalho em novembro, apontada pelo Caged, foi o pior desempenho do País na criação de vagas desde 2008. Naquele mês, com a chegada da crise financeira internacional, de acordo com a série histórica sem ajuste, o saldo foi negativo em 40.821 vagas. Em novembro de 2014, a indústria foi um dos setores que mais demitiu, com 43.700 cortes de postos de trabalho. A indústria química puxou cortes, com redução de 8.530 vagas, seguida pelo segmento têxtil, que demitiu 7.177 postos.

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