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Dólar fecha em queda pelo 4º dia seguido e acumula perdas de 5,25% em junho

Moeda americana encerrou sessão a R$ 3,42, influenciada por possível adiamento de plebiscito no Reino Unido; Bolsa teve alta de 2,19% no mês

Por Lucas Hirata e Paula Dias
Atualização:

O dólar encerrou em queda pela quarta sessão seguida ante o real, com baixa de 1,27% aos R$ 3,4214, em meio a um movimento de reversão de posições compradas, com alívio da percepção de risco no exterior. Apesar da sequência de baixas, a divisa norte-americana acumulou perda de apenas 1,75% nas quatro sessões e de 0,12% na semana, uma vez que a aversão ao risco no cenário internacional só se dissipou gradualmente. 

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A discussão sobre a postergação da votação do Reino Unido sobre a permanência ou não na União Europeia ganhou força após a morte, nesta quinta-feira, 16, da parlamentar britânica Jo Cox. A votação está marcada para a semana que vem, no dia 23, mas as campanhas em torno do referendo foram suspensas desde o incidente. 

Com isso, o dólar passou o dia inteiro em queda e atingiu a mínima de R$ 3,4190 (-1,34%). O giro registrado foi de US$ 1,882 bilhão. Em junho, a moeda acumulou queda de 5,25%. 

Possibilidade de saída do Reino Unido da UE motiva a cautela dos investidores Foto: Paul Faith|AFP

Segundo operadores, alguns participantes do mercado aproveitaram o alívio no cenário externo para desfazer posições compradas em dólar, incluindo grandes bancos. Também contribuiu para a queda, de acordo com especialistas, o fluxo de entrada de dólar a partir de operações de exportadores. "Temos observado fluxo positivo pela via comercial. Os exportadores, que até esperavam alguma recuperação do dólar, estão vendendo para fazer caixa", explicou um operador. 

Bolsa. Mesmo enfrentando alguma instabilidade, a Bovespa teve sua terceira alta consecutiva. O Índice Bovespa terminou a sessão com ganho leve, de 0,25%, aos 49.533,84 pontos. Assim como vem acontecendo nos últimos dias, as oscilações foram determinadas essencialmente pelo cenário internacional, às voltas com o plebiscito do dia 23 no Reino Unido e as oscilações das commodities. O noticiário corporativo teve efeitos localizados e o cenário político permaneceu em segundo plano.

O Ibovespa chegou a superar o patamar dos 50 mil pontos e atingir a máxima de 50.191 pontos (+1,58%), pela manhã. O desempenho foi embalado por uma sensível redução da aversão a risco dos investidores estrangeiros, a partir de uma mudança nas percepções sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia. 

A melhora do humor dos investidores se refletiu na valorização dos preços das commodities. Na Ice, o barril do brent para agosto fechou com alta de 4,19%, a US$ 49,17. Na Nymex, o WTI para julho terminou o dia com ganho de 3,83%, a US$ 47,98 o barril. Essa forte valorização deu impulso às ações da Petrobrás, que terminaram o dia com altas de 5,76% (ON) e de 5,29% (PN). O avanço das ações da estatal também teve a contribuição do noticiário sobre a empresa. O novo presidente da companhia, Pedro Parente, disse já ter recebido ofertas para aquisição da BR Distribuidora.

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A valorização de 1% do minério de ferro no mercado chinês ajudou na recuperação de ações de mineração pelo mundo e também beneficiou os papéis da Vale. As ações ordinárias da Vale terminaram o dia em baixa de 0,33%, enquanto as preferenciais subiram de 0,66%. 

Na última hora de negociação, no entanto, o Ibovespa chegou a tocar o terreno negativo, passando a operar perto da estabilidade. Operadores atribuíram a desaceleração a uma leve realização de lucros. Esse movimento de venda de papéis já seria esperado, dada a escassez de notícias e a proximidade do final de semana, que aumenta a cautela dos investidores. 

Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores altas foram de Estácio ON (+7,26%), que anunciou mudança na presidência, e Cemig PN (+5,93%). Já as maiores baixas ficaram com ações de empresas exportadoras, penalizadas pela queda do dólar. Foram elas Fibria ON (-2,97%), Suzano PNA (-2,45%) e Marfrig ON (-2,39%).

A seis dias do plebiscito no Reino Unido, os analistas acreditam que a cautela e alguma volatilidade podem voltar aos mercados acionários na próxima semana. Com o resultado de hoje, o Ibovespa termina a semana com alta de 0,23%, acumulando 2,19% em junho e 14,27% em 2016.