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Dólar opera em queda, na contramão do exterior

Moeda americana oscilava na faixa dos R$ 2,33 às 11h20, pressionada pela Petrobrás e à espera da decisão do Fed

Por Luciana Antonello Xavier e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - Ao contrário do que se vê no exterior, o dólar cai ante o real nesta quarta-feira, 19, no Brasil. Por volta das 11h20, a moeda americana comercial era cotada a R$ 2,334, em recuo de 0,30%.

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Operadores atribuem o movimento à entrada de recursos da Petrobrás. Ante as principais rivais, porém, o dólar sobe moderadamente, mais perto da estabilidade, refletindo a expectativa com a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a primeira sob o comando de Janet Yellen, com direito a uma coletiva após o anúncio da decisão.

Há também os temores com a desaceleração da economia chinesa e com a crise envolvendo Ucrânia, Rússia e países ocidentais, que se opõem à anexação da Crimeia pela Rússia. Esse conjunto de fatores pressiona os preços dos metais básicos, como o cobre. Às 9h41, o dólar à vista no balcão renovou a máxima, a R$ 2,3380 (-0,13%). Na mínima, antes, marcou R$ 2,3330 (-0,34%). O dólar futuro para abril operava em alta, alinhado ao exterior, com +0,09%, a R$ 2,3450.

Pouco antes, o euro recuava a US$ 1,3926, de US$ 1,3934 no fim da tarde de ontem em Nova York. O dólar estava a 101,55 ienes, de 101,42 ienes no fim da tarde de ontem. A moeda americana subia ante o dólar australiano (+0,137%), o dólar canadense (+0,40%), o dólar neozelandês (+0,05%) e o rand sul-africano (+0,04%).

Segundo a consultoria Brown Brothers Harriman, de Nova York, há quatro elementos na decisão de hoje do Fed. O primeiro é o comunicado, que deve reconhecer que a economia desacelerou por fatores pontuais, sinalizando que a confiança na expansão da economia continua. O segundo é que o Fed deve continuar com o desmonte gradual dos estímulos monetários, com US$ 10 bilhões a menos em compras de ativos, para US$ 55 milhões, podendo parar com as compras antes do final do ano.

O terceiro fator é que o BC americano deve revisar as projeções para Produto Interno Bruto (PIB), taxa de desemprego e núcleo da inflação, que mostra gastos com consumo. Até aí nada deve trazer muita surpresa para o mercado, segundo a consultoria, sendo que o ponto mais alto deve ser a coletiva de Yellen explicando a evolução das diretrizes da instituição. Em relação à Crimeia, hoje o parlamento do país aprovou uma lei para assumir o controle de todos os portos da Ucrânia na região.

O governo regional criou um órgão chamado Comitê Republicano de Transporte e Comunicação para gerenciar as atividades. E o ministro de Economia da Rússia estimou que os investimentos em infraestrutura na Crimeia totalizem US$ 5 bilhões. Perto das 9h30, o cobre para maio caía a 0,73%, a us$ 2,9300 por libra-peso na Comex. Na China, o premiê do país prometeu nesta quarta manter crescimento em "faixa razoável" e estabilidade de preços.

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O yuan fechou em baixa ante o dólar nesta quarta-feira, recuando pela terceira sessão consecutiva desde que o Banco do Povo da China (PBoC, o BC do país) decidiu ampliar a banda de flutuação da moeda de 1% para 2%, no último fim de semana. No mercado de balcão, o dólar chegou a atingir 6,2040 yuans, seu maior nível desde 8 de abril. Em tempo: O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alterou nesta manhã a agenda do dia e embarcaria para Brasília, onde tem reunião no Palácio do Planalto.

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