Atualizado às 17h50
SÃO PAULO - O encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e seu comunicado eram os eventos mais aguardados desta quarta-feira e influenciaram nas cotações. Bolsa e dólar mudaram de trajetória: a primeira passou a cair e o segundo, a subir.
O banco central dos Estados Unidos decidiu, como esperado, manter sua taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano. Mas o comunicado foi mais incisivo ao trazer que os dirigentes consideram agora a possibilidade de subirem as taxas de juros no encontro de dezembro. Outra novidade do documento foi o abandono da referência à influência de acontecimentos internacionais. Agora, o Fed apenas está 'monitorando os acontecimentos econômicos e financeiros globais'.
A reação foi imediata. As bolsas norte-americanas viraram para o negativo e a Bovespa seguiu na cola. Acabou terminando o dia em baixa de 0,64%, aos 46.740 pontos. Na mínima da sessão, marcou 46.338 pontos (queda de 1,39%) e, na máxima, 47.441 pontos (alta de 0,85%). No mês, acumula ganho de 3,73% e, no ano, perda de 6,53%. O giro financeiro totalizou R$ 7,1 bilhões.
Já o dólar terminou a sessão cotado a R$ 3,91, em alta de 0,30%. Na mínima, marcou R$ 3,85 e, na máxima, R$ 3,93. No mês, acumula perda de 0,83% e, no ano, tem alta de 47,26%.
Durante o dia, o mercado acionário doméstico acompanhou a valorização global, puxada pelos estímulos anunciados pelo banco central da Suécia e pela perspectiva de que o Japão faça o mesmo. As bolsas europeias subiram por conta disso.
O anúncio do Departamento de Energia de que os estoques de petróleo subiram menos do que o esperado na última semana nos EUA e de que os estoques de petróleo bruto em Cushing recuaram favoreceu a recuperação das ações da Petrobrás que, no entanto, perderam força após o anúncio do Fed. No final, Petrobrás ON subiu 1,73% e a PN, 1,32%
Vale, por outro lado, cedeu 2,70% na ON e 3% na PNA, influenciada pela perspectiva de crescimento menor na China e recuo do preço do minério de ferro. O Congresso do Partido Comunista chinês pode reduzir a meta de crescimento do país de 7% para 6,5%. O encontro termina amanhã.
No mercado cambial, a moeda cedeu a maior parte do dia, não só aqui como no exterior, diante da perspectiva de que o Fed só indicaria aumento das taxas em 2016. A moeda, após o Fed, passou a subir lá fora e também aqui.