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Dólar bate R$ 3,43, mas perde força e fecha cotado a R$ 3,37

Revisão da perspectiva da nota brasileira pela S&P fez a moeda disparar ao longo do pregão; no fim do dia, contudo, o avanço diminuiu para 0,27%, completando cinco altas seguidas

Por Karla Spotorno (Broadcast)
Atualização:
Dólar sobe em meio a incertezas sobre o Brasil Foto: Estadão

Atualizado às 17h

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O dólar completou a quinta sessão de alta consecutiva ante o real nesta terça-feira, dia em que a decisão da Standard & Poor's (S&P) de revisar de estável para negativa a perspectiva para a nota soberana do Brasil levou a moeda ao patamar de R$ 3,43 na máxima do dia. Após a forte reação negativa à decisão da agência de classificação de risco, a moeda retornou a níveis mais moderados, para mesmo assim fechar em alta. A moeda norte-americana reduziu o avanço no fechamento para 0,27%, a R$ 3,370. Nas últimas cinco sessões, o dólar tem alta acumulada de 6,38% ante o real. 

Após operar em queda logo depois da abertura, em linha com a tendência externa e com um pouco de realização de lucros, o dólar esteve sob volatilidade no meio da manhã, para em seguida firmar trajetória de alta. No final do período, renovou sucessivas máximas em meio às notícias de prisões na nova fase da Operação Lava Jato e à movimentação dos players em torno da formação da Ptax, já que na próxima segunda-feira haverá liquidação de contratos de swap cambial e de dólar futuro na BM&F. Naquele momento, a cotação à vista rompia R$ 3,40, mas subiria ainda mais no começo da tarde, quando foi divulgada a decisão da S&P.

A agência manteve nota do País em BBB-, mas alterou a perspectiva para negativa, de estável. O rating da agência representa apenas um degrau acima do grau especulativo. A instituição alegou que os riscos para a execução das mudanças da política econômica subiram, nas frentes política e econômica. Segundo a S&P, as investigações do esquema de corrupção na Petrobras levaram a um aumento da incerteza política no curto prazo. E disse ver ainda diminuição da coesão política no Congresso, o que pode causar um risco material para um eventual rebaixamento por causa da possibilidade de gerar "políticas ineficazes". A S&P destacou ainda os desafios enfrentados pela presidente Dilma Rousseff para angariar apoio para a "correção de rumo na política" e uma "reviravolta na economia".

Os investidores temem que as demais agências de classificação de risco sigam o mesmo caminho, principalmente a Moody's, que tende a, pelo menos, revisar para negativo o atual outlook estável da nota brasileira. Os investidores também dão como certa a perda de grau de investimento nos próximos meses, já que há um ceticismo sobre a aprovação das medidas fiscais, que depende de um entendimento entre o Executivo e o Congresso que, por sua vez, estão em conflito.

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