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Dólar sobe a R$ 2,40 e fecha no maior nível em 5 meses

Moeda teve valorização de 1,31% e encerrou no maior patamar desde 22 de agosto de 2013, dia em que teve início o programa de leilões do BC

Por Clarissa Mangueira
Atualização:

 

Atualizado às 17h40

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SÃO PAULO - O dólar subiu 1,31% e fechou no maior patamar ante o real em cinco meses nesta quinta-feira, cotado a R$ 2,40. A moeda acentuou os ganhos na segunda parte da sessão, em meio ao nervosismo que atingiu outras 'moedas-commodities' (divisas de economias que são altamente dependentes da exportação de matérias-primas).

O valor representa o maior nível de fechamento desde 22 de agosto de 2013, quanto a moeda terminou cotada a R$ 2,438. Exatamente nessa data, o Banco Central deu início ao programa de leilões diários da moeda norte-americana, com o objetivo de evitar flutuações bruscas no câmbio. Em um ano, a divisa já acumula valorização de quase 18%.   

No início desta quinta-feira, a moeda foi impulsionada pela contração da atividade industrial na China em janeiro e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) do Brasil.

Na segunda parte da sessão, a divisa ganhou mais força e superou o patamar de R$ 2,40, influenciada pelo nervosismo que também atingiu outras moedas de países emergentes, como a lira turca e o peso argentino. Na Turquia, houve intervenção direta do BC do país no mercado, vendendo dólares aos bancos, enquanto na Argentina, a autoridade monetária deixou o câmbio livre para flutuar.Profissional ouvido pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disse que a influência da lira turca é mais direta sobre o real que a do peso argentino. "A Turquia é um emergente como o Brasil. Quando você está operando um fundo estrangeiro, você está olhando para o mercado de moedas da Turquia, mas também do Brasil. Mas não está olhando, necessariamente, para a Argentina", justificou. De acordo com ele, as operações que envolvem o real brasileiro e o peso argentino são poucas, influenciando menos o mercado.Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficou em 0,67% em janeiro, ante 0,75% em dezembro. O resultado ficou abaixo do piso das expectativas obtidas por levantamento do AE Projeções, de 0,75%. Em 12 meses, a alta acumulada é de 5,63%.

Além disso, o Copom divulgou a ata da última reunião. O documento foi considerado firme pela maioria do mercado e deixa em aberto a possibilidade de a Selic subir 0,50 ponto porcentual em fevereiro.

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