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Dólar sobe 1,5% e fecha cotado a R$ 3,38

O avanço foi determinado pela tendência internacional de valorização da moeda diante da perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos a partir de setembro

Por Paula Dias
Atualização:
Bolsa e dólar acompanham movimento dos mercados no exterior Foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP

O dólar à vista voltou a subir, depois da trégua de ontem, e fechou cotado a R$ 3,380 hoje, perto da máxima da sessão, com alta de 1,50%. O avanço foi determinado principalmente pela tendência internacional de valorização da divisa norte-americana, depois da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Ganharam força nos negócios em todo o mundo a percepção de que a instituição poderá elevar gradualmente os juros básicos do país a partir de setembro. 

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Em um primeiro momento, os comentários do Fed trouxeram dúvidas quanto ao início da elevação dos juros. Mas a indicação de fortalecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos, somada à alta de 2,3% da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre e ao aumento do consumo das famílias, acabou por aumentar as apostas numa elevação dos juros já em setembro. Com isso, dólar ganhou força frente a praticamente todas as moedas e os juros dos títulos americanos mais curtos avançaram.

O dia foi de volatilidade no mercado de câmbio, mas com volume de negócios não muito expressivo no segmento à vista. A pressão foi maior no período da tarde, quando a divisa bateu algumas máximas, chegando a ser negociada por R$ 3,383, em alta de 1,59%. A proximidade do fechamento do mês trouxe volatilidade adicional ao câmbio, com investidores comprados e vendidos buscando puxar as cotações de acordo com suas posições no mercado. A ptax, taxa que serve de referência para a liquidação dos contratos futuros de dólar, será definida amanhã. Às 16h35, o dólar com vencimento em agosto era negociado a R$ 3,380, com alta de 1,35%.

Bolsa. A Bovespa não se sustentou no patamar de 50 mil pontos reconquistado na véspera, como esperado, e voltou a fechar em baixa nesta quinta-feira, 30. Os dados fortes da economia norte-americana, a alta de juros no Brasil e a fuga dos estrangeiros geraram um movimento vendedor que assolou diversas ações, sobretudo as blue chips. O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 0,69%, aos 49.897,40 pontos. 

A alta dos juros nos EUA não é favorável ao Brasil e à bolsa brasileira, que ainda perde competitividade para os juros domésticos, sobretudo após a nova elevação da Selic, para 14,25% ao ano. 

Os estrangeiros aproveitaram que o índice tinha reconquistado um pouco de gordura nas duas sessões anteriores, e venderam em patamares um pouco melhores. 

Petrobrás terminou hoje em queda de 2,37% na ON e de 2,33% na PN. Mas, no pior momento da sessão, as ações recuaram 4,4%. 

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Vale exibiu grande volatilidade, ao bater em +7,95% (ON) e +6,22% (PNA), nas máximas, e terminar em baixa de 4,90% e 4,63%, nesta ordem. A queda ocorreu apesar do balanço trimestral da empresa ter agradado, com lucro líquido de R$ 5,144 bilhões de abril a junho. 

Bradesco, que também abriu seus números, registrou lucro líquido contábil de R$ 4,473 bilhões no segundo trimestre deste ano, montante 18,4% superior ao mesmo período de 2014. A ação ON caiu 1,30% (R$ 27,23) e a PN, 1,99% (R$ 27,05).

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