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Dólar sobe para R$ 3,15, alinhado ao exterior e com preocupações sobre ajuste fiscal

Alta de 1,71% reflete preocupações com cenário político e ajuste fiscal; dados positivos da economia dos EUA indicam que juros podem subir em breve

Por Clarissa Mangueira
Atualização:
 Foto: Andre Lessa/Estadão

O dólar fechou em alta de mais de 1% em relação ao real nesta terça-feira, 26, ajudado pela valorização registrada ante outras moedas internacionais em meio à expectativa de alta dos juros nos EUA, preocupações com o andamento do ajuste fiscal no Brasil e pela rolagem pelo Banco Central dos contratos de swaps cambiais em junho.

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No fim do pregão, o dólar à vista subiu 1,71%, aos R$ 3,15. 

A alta do dólar no Brasil esteve alinhada desde cedo à forte valorização da moeda ante seus pares internacionais, após a divulgação de indicadores econômicos positivos reforçarem o temor dos investidores com um início do ciclo de aperto monetário nos EUA ainda neste ano. As encomendas norte-americanas de bens duráveis recuaram 0,5% entre março e abril, mas o dado de março em relação a fevereiro foi revisado para alta de 5,1%, ante avanço de 4,4% calculado inicialmente. As vendas de moradias novas nos EUA subiram 6,8% em abril, acima da previsão de +6,0%, e a confiança do consumidor medida pelo Conference Board avançou a 95,4, ante previsão de recuo para 95,0.

Internamente, as preocupações com o cenário político e o programa de ajuste fiscal também beneficiaram o dólar em relação ao real. Na pauta de hoje do Senado está a votação das Medidas Provisórias 664, 665 e 668, relativas ao ajuste. A previsão é de que a primeira MP a ser apreciada será a 665, que restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, e depois a 664. Por fim, deve entrar para votação a MP 668, que trata entre outras coisas, do aumento das alíquotas de PIS/Cofins de produtos importados.

Os investidores do câmbio monitoram ainda possíveis sinalizações do Banco Central sobre a rolagem do contratos de swaps cambiais no próximo mês. Em audiência nesta tarde no Congresso Nacional, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, lembrou apenas do fim do programa de swap cambial, encerrado em março, e disse que a estratégia foi importante instrumento para agentes públicos.

A exposição de Tombini foi acompanhada de perto pelos agentes mas teve pouco impacto no mercado de câmbio, visto que o discurso dele foi praticamente o mesmo apresentado na última sexta-feira, em evento no Rio de Janeiro. A autoridade afirmou que a economia brasileira passa por um período de transição e que a inflação voltará a convergir para o centro da meta no fim de 2016. "A política monetária está desenhada para que ajustes sobre inflação fiquem circunscritos ao curto prazo", ressaltou.

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