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Dólar volta a subir e fecha em alta de 1,4%, cotado a R$ 2,48

Cautela nos mercados financeiros do exterior e melhora da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas eleitorais conduziram o ritmo dos negócios

Por Claudia Violante
Atualização:

Texto atualizado às 17h04

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A espera por pesquisas de intenção de voto na terça-feira, 30, gerou um movimento de leve baixa no dólar, que o resultado em si do levantamento tratou rapidamente de corrigir para cima. A moeda norte-americana teve uma alta firme na sessão desta quarta, depois que o mercado tomou conhecimento de que Dilma Rousseff (PT) ampliou a vantagem sobre Marina Silva (PSB) na intenções de voto para a eleição que acontece no próximo domingo, em primeiro turno. 

O movimento de procura por dólares já teve início logo no começo do pregão e nem mesmo o início da rolagem, pelo Banco Central, dos contratos de swap que vencem em novembro conteve o movimento de valorização. A moeda terminou a sessão em alta de 1,39%, a R$ 2,4840 - maior valor desde 8 de dezembro de 2008. Na mínima, registrou R$ 2,4500 (estável) e, na máxima, R$ 2,4860 (+1,47%). O giro negociado no mercado à vista estava em US$ 1,427 bilhão, com US$ 1,088 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para novembro estava cotado a R$ 2,5055, em alta de 1,81%, às 16h47. 

O levantamento Ibope/Estadão/TV Globo mostrou Dilma com 39% das intenções de voto no primeiro turno, ante 29% de Marina Silva (PSB) e 19% de Aécio Neves (PSDB). No segundo turno, Dilma soma 42% e Marina tem 38%, no limite do empate técnico. Já o Datafolha mostrou Dilma com 40%, Marina com 25% e Aécio com 20%. Numa disputa com Marina no segundo turno, Dilma venceria por 49% a 41%. 

Em reação aos números, que mostram maiores chances de vitória de Dilma, o mercado financeiro deu continuidade hoje ao movimento mais recente de busca por dólares. Tudo porque, na visão de muitos investidores, Dilma teria mais dificuldades para recuperar a credibilidade do País e, em paralelo, melhorar o fluxo de recursos para o Brasil. 

Saíram hoje os dados da balança comercial de setembro e o efeito foi marginal. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior divulgou um déficit de US$ 939 milhões no mês passado, resultado que fez com que o saldo acumulado do ano voltasse a ficar negativo (US$ 690 milhões), depois de, em agosto, a balança comercial ter ficado superavitária para o período acumulado no ano pela primeira vez em 2014. 

É o maior déficit para o mês desde 1998, quando o resultado havia sido negativo em US$ 1,203 bilhão. A última vez a balança do mês havia apresentado resultado deficitário foi em 2000 (-US$ 326,7 milhões).

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O resultado de setembro ficou dentro do intervalo das expectativas levantadas pelo AE projeções, de déficit de US$ 1,1 bilhão a superávit de US$ 122 milhões, mas pior do que a mediana negativa de US$ 600 milhões.

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