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Em dia volátil, dólar fecha em baixa de 0,42%

Influenciados por fatores técnicos, políticos e econômicos ao longo de todo o dia, o dólar foi de R$ 4,15 a R$ 4,01

Por Paula Dias
Atualização:
Mercado reage à agenda políticacheia desta semana Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Atualizado às 17h02

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SÃO PAULO - A volatilidade deu o tom dos negócios no mercado de câmbio nesta terça-feira, 29, influenciados por fatores técnicos, políticos e econômicos ao longo de todo o dia. Depois de oscilar entre a máxima de R$ 4,15 (+1,72%) e a mínima de R$ 4,012 (-1,67%), o dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, cotado a R$ 4,063.

A moeda norte-americana dava sinais de que teria mais um dia de valorização frente ao real no período da manhã, uma vez que a alta prevalecia mesmo diante das intervenções do Banco Central. O BC ofertou US$ 3 bilhões ao mercado no início do dia, por meio de um leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) e dois leilões de linha (venda de moeda com compromisso de recompra). 

Um dos motivos para a pressão sobre o dólar foi a disputa dos investidores pela ptax do dia (média das cotações quatro coletas da primeira parte da sessão). Investidores comprados em dólar futuro puxaram as cotações para cima pela manhã, em um movimento que deverá ser retomado na quarta-feira, quando será definida a ptax de referência para a liquidação dos derivativos cambiais de outubro. Com a ptax de hoje definida, a moeda ficou mais livre para oscilar e passou a cair após as 13 horas, também em sintonia com a tendência de desvalorização no exterior.

A divulgação dos dados do governo central em agosto acabou por surpreender positivamente o mercado, com números menos piores que o esperado. Os dados indicaram déficit de R$ 5,08 bilhões no mês passado, contra estimativas que variavam entre déficit de R$ 6,5 bilhões e de R$ 19 bilhões. A notícia, que já pegou dólar e juros em baixa, ajudou a consolidar a tendência nos negócios da tarde.

O cenário político, como há bastante tempo não se via, também trouxe influência positiva aos negócios. A notícia de que a presidente Dilma Rousseff ofereceu sete ministérios ao PMDB na reforma política alimentaram as expectativas de recomposição da base de apoio do governo, restaurando a governabilidade da presidente. 

No entanto, a presidente só deve fazer qualquer anúncio após a sessão conjunta do Congresso que apreciará os seis vetos presidenciais ainda não analisados, inclusive o que barra o reajuste salarial de servidores do Judiciário. A estratégia busca evitar que parlamentares da base eventualmente descontentes com a reforma ministerial votem contra o governo na sessão de apreciação dos vetos.

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Segundo profissionais do mercado de câmbio, a menor pressão sobre o dólar no período da tarde acabou por deflagrar operações de stop loss (interrupção de perdas) da parte de investidores vendidos no mercado futuro, o que levou o dólar de outubro à mínima de R$ 4,015 e a divisa à vista a R$ 4,012. 

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