PUBLICIDADE

Publicidade

Dólar sobe a R$ 3,13 com mudança na intervenção do BC no mercado

Moeda americana foi a R$ 3,13 devido ao anúncio do Banco Central de reduzir a quantidade de contratos de swap na rolagem dos vencimentos de agosto

Por Fabrício de Castro
Atualização:

Atualizada às 17h40

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - O dólar encontrou no pregão desta sexta-feira, 3, suporte no exterior e internamente para subir ante o real durante toda a sessão. A decisão de ontem do Banco Central, de reduzir a rolagem dos contratos de swap que vencem em agosto, deu um viés de alta para a moeda americana, assim como a cautela em relação à situação grega antes do fim de semana e os números ruins divulgados na China. 

O dólar à vista de balcão fechou em alta de 1,23%, aos R$ 3,1360. Na semana, a moeda americana acumulou avanço de 0,26%. 

Cautela em relação à situação grega influenciou alta do dólar no Brasil e no exterior Foto: Neil Hall/Reuters

Na noite de ontem, o Banco Central anunciou a redução do leilão de contratos de swap para rolagem dos vencimentos de agosto, de 7,1 mil contratos para 6 mil contratos. Com isso, a instituição indica a intenção de rolar, caso o ritmo diário seja mantido, 128.200 contratos (US$ 6,410 bilhões ou 60%) do total de 213.500 contratos (US$ 10,675 bilhões) que vencem em agosto. O restante - 85.300 contratos (US$ 4,265 bilhões ou 40%) - será recolhido do sistema.   Na manhã de hoje, os investidores já ajustavam posições em relação a essa rolagem. Tanto que na mínima do dia, vista às 9h16, o dólar estava no território positivo, nos R$ 3,1170 (+0,61%). Depois disso, subiu ainda mais e renovou máximas em diferentes momentos. No auge do dia, às 15h18, marcou R$ 3,1400 (+1,36%). 

O fato de a liquidez estar reduzida hoje, principalmente durante a tarde, por conta do feriado em Nova York, intensificou as oscilações. Além disso, investidores buscavam dólares antes do fim de semana, preferindo esperar os desdobramentos da crise grega na segurança da divisa dos EUA. 

Isso porque ninguém sabe qual será o resultado do plebiscito de domingo na Grécia, que avalia a disposição do povo em aceitar as condições impostas pelos credores, nem se o país seguirá na zona do euro. O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China também não agradou (foi de 53,5 em maio para 51,8 em junho), conforme o HSBC, o que penaliza moedas como o real. 

Operações de swap. A demanda por dólar hoje no Brasil ficou concentrada em bancos, que precisam se ajustar ao corte para 60%, ante 70% anteriormente, do volume da rolagem de swap cambial que vence em 3 de agosto. A compra se faz necessária porque, segundo destacou nesta semana o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, 80% de todos os contratos de swap foram direcionados a empresas não financeiras e a investidores não residentes em geral. Dados disponíveis no site da BM&FBovespa indicam, no entanto, que esse volume é menor, equivalente a cerca de 56% do total.

Publicidade

As empresas não financeiras citadas por Tombini são os exportadores e os importadores, companhias nacionais com dívidas em moeda estrangeira e investidores estrangeiros pessoa jurídica, diz o diretor da Correparti, Jefferson Rugik. Esses agentes contratam proteção (hedge) cambial por meio das tesourarias dos bancos. Por isso, as instituições financeiras carregam as maiores posições em swap desde o início dos leilões do Banco Central, em 23 de agosto de 2013. Fundos de investimento nacionais e investidores estrangeiros pessoa física, em menor proporção, também participam desses leilões.

Quem adquire os swaps nos leilões fica comprado em dólar e vendido em taxa de juros. Já o Banco Central, na ponta inversa, fica vendido em dólar e comprado em taxa de juros. A finalidade desses contratos futuros é proteger as operações em moeda estrangeira das variações da taxa de câmbio.

Desde o fim de março de 2015, quando o estoque de swap cambial atingiu o pico de US$ 114,918 bilhões, o Banco Central vem reduzindo esse volume nas rolagens dos vencimentos subsequentes desses contratos, com diminuição das posições dos bancos, fundos e estrangeiros. (Com informações de Silvana Rocha) 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.