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Primeira bolsa de diamantes da América Latina luta para conquistar brasileiros

Quatro meses após a inauguração, a Panama Diamond Exchange tem apenas três empresas brasileiras entre as 201 cadastradas

Por Mariana Lima
Atualização:

O mercado de joias e pedras preciosas do Brasil é o principal alvo da primeira bolsa de diamantes da América Latina. Inaugurada em abril deste ano, a Panama Diamond Exchange (PDE) visa um mercado regional avaliado em US$ 8 bilhões, mas ainda se esforça para atrair investidores brasileiros, que atuam fortemente na Ásia e nos Estados Unidos.

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A nova bolsa funciona como uma espécie de "hub" - um centro de negociações entre investidores e donos de joalherias cadastradas no sistema da PDE. A ideia, segundo a diretora de marketing Ali Pastorini é atrair o mercado global de joias para o centro da América Latina. Para tanto, o espaço tem uma área de comercialização livre de impostos e realiza transações em dólar.

Mesmo assim, apenas três empresas brasileiras estão entre as 201 autorizadas a negociar na bolsa, sendo uma delas a Del Lima, que é chefiada pela própria Ali Pastorini. A expectativa é que o número de membros aumente em 2017, com a inauguração do segundo prédio, que contará com 45 novos andares de escritórios, showrooms e um shopping center.

Bolsa realizou em abril a 1ª feira de diamantes e joiasda América Latina Foto: Divulgação

Para negociar no espaço, é necessário se tornar um membro ou afiliado da bolsa. Entre os itens previstos no processo de autorização, estão entrevistas com a comissão de membros e a comprovação de que o investidor já participa, há pelo menos dois anos, do comércio de diamantes, pedras preciosas e joias. 

O presidente da Sindijoias de Minas Gerais, Raymundo Vianna, afirma que a falta de interesse dos brasileiros está relacionada a uma estratégia de mercado. "A maioria de empresas do País já negocia em Hong Kong ou no Arizona, que são regiões consolidadas no mercado de joias. Vai ser preciso muito tempo para os brasileiros começarem a negociar no Panamá, por falta de confiança em investir em um lugar que ainda não é reconhecido", diz.

Segundo Vianna, em média 50 empresas de Minas Gerais participam da feira Hong Kong Jewellery & Gem Fair. O número dobra na Tucson Gem & Mineral Show, realizada no Arizona. Conforme os últimos dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil exportou, em 2013, 55 mil quilates de diamantes, o equivalente a US$ 6,7 milhões.

Apesar de ser uma bolsa destinada a investidores muito segmentados, Ali destaca alguns atrativos da PDE: "O mercado de ações varia constantemente e você pode, da noite para o dia, ter grandes perdas. Já no mercado de pedras e joias, principalmente joias, o dinheiro nunca é perdido, pois é possível fabricar uma joia e vendê-la dez anos depois por um bom preço."

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O volume movimentado pela PDE nos quatro primeiros meses é guardado a sete chaves por "questões de segurança". No entanto, a nova bolsa estima que o montante já seja semelhante aos mercados de pedras de Israel, Dubai, Bélgica e Mumbai (na China).

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