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Bolsa fecha julho em baixa de 4,17%

Apesar de alta de 1,94% nesta sexta-feira, resultado mensal do Ibovespa foi influenciado pelo cenário interno, com disputas políticas entre o Planalto e Eduardo Cunha, mudança na meta fiscal e o rebaixamento da nota do País pela S&P

Por Fabrício de Castro e Claudia Violante
Atualização:

Sustentado por investidores estrangeiros, o Ibovespa subiu 1,94% nesta sexta-feira, chegando aos 50.864 pontos. Na semana, índice acumula ganhos de 3,29% e, no ano, de 1,72%. Apesar disso, em julho, que foi um mês marcado por uma bateria de notícias ruins, a BM&FBovespa registrou queda de 4,17%. 

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Entre os fatores que contribuíram para o mau resultado mensal da Bovespa estiveram as disputas políticas entre o Planalto e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, as mudanças nas metas fiscais de 2015, 2016 e 2017 e o rebaixamento da perspectiva de crédito do País pela Standard & Poor's (S&P). Ao mesmo tempo, estes eventos pressionaram os preços das ações que, nesta semana, atraíram compras por parte de estrangeiros. 

Uma das explicações para a recuperação desta sexta-feira foi o fluxo comprador estrangeiro. Para um profissional ouvido pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, esse estrangeiro pode estar comprando pelo fato de o Ibovespa estar perto das mínimas de 2008.

No ano, Bolsa acumula alta de 1,72% Foto: Estadão

O principal destaque doméstico nesta sexta-feira foi ruim, mas não chegou a fazer preço nas ações. O Banco Central anunciou o déficit do setor público consolidado, que foi o pior resultado para o mês da série histórica. O resultado foi um déficit primário de R$ 9,323 bilhões. No semestre, há um superávit de R$ 16,224 bilhões, equivalente a 0,57% do PIB. Para o ano, a meta é de 0,15% do PIB. 

Os índices acionários norte-americanos nesta sexta-feira ficaram na contramão, em queda. Nesta tarde, o presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard, afirmou que o BC dos EUA pode elevar os juros em setembro, já que os dados do PIB do segundo trimestre apoiam essa previsão. 

Mais cedo, saíram dados que sinalizavam a possibilidade de adiamento do aperto, entre eles o índice do custo do emprego (ECI), que mede a evolução de salários e benefícios, e que subiu 0,2% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior, a menor alta trimestral desde que esse indicador começou a ser computado, em 1982. Economistas previam avanço de 0,6%.

O Dow Jones cedeu 0,31%, aos 17.690 pontos, o S&P 500 teve baixa de 0,22%, aos 2.103 pontos, e o Nasdaq recuou 0,01%, aos 5.128 pontos. 

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No Brasil, Petrobras ON terminou o dia em alta de 0,52% e a PN subiu 0,29%. Vale ON avançou 2,41% e Vale PNA teve alta de 1,67%.

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