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Ações da YPF despencam com ameaça de estatização

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

As ações da petrolífera argentina YPF, controlada pela espanhola Repsol (58,23%) e pelo grupo argentino Petersen (25,46%), sofriam forte retração no início das negociações na bolsa de Buenos Aires nesta terça-feira. O temor de que o governo assuma o controle da empresa chegou a provocar uma queda de 14,57%, para 126 pesos, às 11h47 (horário de Brasília).Desde a última semana de janeiro, a YPF perdeu US$ 6,7 bilhões de seu valor de mercado, segundo estimativas de analistas. Considerando os dias úteis, a companhia perdeu uma média diária de US$ 134 milhões. No domingo, o governador da província de Chubut, Martín Buzzi, anunciou a decisão de revogar a concessão da principal área produtiva da YPF, Manantiales Behr, que responde por 10% do total produzido pela companhia. Buzzi já havia revertido quatro concessões da YPF. O último anúncio reforçou a expectativa do mercado de que o controle oficial da empresa seria iminente. A maior companhia petrolífera da Argentina, com quase 60% do mercado, vem sofrendo forte pressão do governo de Cristina Kirchner para aumentar sua produção. O objetivo de Cristina é que o país reduza as importações de combustíveis para tentar manter o superávit da balança comercial. Há várias semanas que fontes do governo têm deixado vazar à imprensa local e estrangeira informações sobre o estudo de possíveis medidas legais para que a empresa seja reestatizada parcial ou totalmente. A investida contra a YPF inclui ainda um processo junto ao organismo antitruste por suposta formação de cartel de preços do óleo diesel, no qual acusa outras quatro companhias, incluindo a Petrobras Argentina, subsidiária da estatal brasileira. A Casa Rosada também proibiu a YPF de distribuir seus dividendos entre os acionistas. A artilharia oficial já provocou o rebaixamento do rating das petrolíferas instaladas no país por parte das agências de classificação de risco.

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