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Após aquisição do HSBC, lucro do Bradesco cai 21,5%

O lucro líquido contábil, que já considera os números do HSBC Brasil, foi de R$ 3,236 bilhões no terceiro trimestre, cifra 21,5% menor que a registrada em um ano

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Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

SÃO PAULO - Olucro líquido contábil, que já considera os números do HSBC Brasil, foi de R$ 3,236 bilhões no terceiro trimestre, cifra 21,5% menor que a registrada em um ano, de R$ 4,120 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, foi identificada retração de 21,7%.

O lucro ficou abaixo da projeção de analistas do mercado financeiro. A cifra foi 20,9% menor que a de R$ 4,093 bilhões, conforme a média de 11 casas consultadas pelo Broadcast (Deutsche Bank, Goldman Sachs, BTG Pactual, Credit Suisse, Bank of America Merrill Lynch, Brasil Plural, Citigroup, JPMorgan, Morgan Stanley, UBS e uma casa que preferiu não ser identificada). O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, considera que o resultado veio em linha com as estimativas do mercado quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

Lucro do Bradesco ficou abaixo da projeção de analistas do mercado financeiro Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O Bradesco destaca, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que a partir de 1º de julho deste ano passou a consolidar as demonstrações contábeis do HSBC Brasil. No terceiro trimestre, o lucro do banco adquirido totalizou R$ 90 milhões.

O lucro líquido ajustado do Bradesco somou R$ 4,462 bilhões no terceiro trimestre, recuo de 1,6% ante um ano, de R$ 4,533 bilhões. Na comparação com o segundo trimestre, quando somou R$ 4,161 bilhões, foi identificada expansão de 7,2%. Considerando ajustes, o lucro líquido do HSBC totalizou R$ 148 milhões no terceiro trimestre.

O patrimônio líquido do Bradesco somou R$ 98,550 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 14,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, de R$ 86,233 bilhões. Em relação ao segundo trimestre, quando ficou em R$ 96,358 bilhões, avançou 2,3%. O retorno sobre o patrimônio líquido médio do banco (ROE, na sigla em inglês) ficou em 17,6% no terceiro trimestre contra 17,4% no segundo. Em um ano, entretanto, reduziu 3,1 pontos porcentuais.

Crédito. A carteira de crédito do Bradesco alcançou R$ 521,771 bilhões de julho a setembro, cifra 16,6% maior que a registrada nos três meses anteriores, de R$ 447,492 bilhões. Em um ano, quando somou R$ 474,488 bilhões, foi visto incremento de 10,0%. As operações de pessoas jurídicas cresceram 17,5% no comparativo trimestral e 6,5% em um ano, totalizando R$ 350,704 bilhões. Já o crédito para a pessoa física somou R$ 171,067 bilhões ao final de setembro, aumento de 14,9% em relação a junho e de 17,8% em 12 meses.

As modalidades crédito imobiliário e pessoal foram os destaques de alta na carteira de empréstimos de pessoa física do Bradesco no terceiro trimestre. Já na pessoa jurídica, os destaques foram capital de giro e crédito à exportação. Os números trazem a consolidação das carteiras de crédito do HSBC Brasil a partir de julho último.

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Inadimplência. Considerando atrasos acima de 90 dias, a inadimplência encerrou setembro em 5,4%, 0,8 ponto porcentual acima do indicador visto ao final de junho, de 4,6%. Em um ano, quando o índice estava em 3,8%, o aumento chegou a 1,6 ponto porcentual."Desconsiderando o efeito da consolidação do HSBC Brasil, este índice seria de 5,2%", explica o banco, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

De acordo com o Bradesco, o aumento do índice de inadimplência no terceiro trimestre é reflexo da baixa demanda por crédito e pelo atraso de um cliente específico do segmento de grandes empresas. O banco não revela o nome, mas segundo analistas, seria a Sete Brasil, em recuperação judicial. Se excluído tanto o caso específico quanto o HSBC Brasil, o índice de inadimplência do Bradesco teria ficado em 4,87% no terceiro trimestre.

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