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Após dois meses de queda, produção industrial sobe 2,9% em janeiro

Segundo o IBGE, em relação a janeiro do ano passado, houve queda de 2,4%; a produção da indústria acumula alta de 0,5% em 12 meses

Por Daniela Amorim (Broadcast), Economia & Negócios e da Agência Estado
Atualização:

RIO - A produção industrial subiu 2,9% em janeiro ante dezembro do ano passado, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta ocorre após dois meses de baixa. Em novembro a produção havia recuado 0,6% e em dezembro, 3,7%.

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Segundo o IBGE, com o resultado de janeiro, a indústria recuperou parte da perda de 4,3% acumulada no período entre novembro e dezembro. "Janeiro tem uma melhora, que foi bastante disseminada entre as categorias de uso e as atividades, mas ainda tem espaço para a indústria se recuperar da queda dos dois últimos meses de 2013", apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

A produção da indústria brasileira ainda encontra-se 4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. "Quando eu comparo como ela terminou o ano, ela está num patamar melhor. Foi um crescimento importante, numa magnitude elevada, mas que ainda assim não recupera a queda no fim do ano. O que é mais positivo é o perfil disseminado (de resultados positivos)", avaliou.

O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, serviço da Agência Estado, que iam de expansão de 1% a 3,20%, e acima da mediana, positiva em 2,50%.

Em relação a janeiro de 2013, a produção recuou 2,4%. Nesta comparação, as estimativas variavam de queda de 1,20% a 5%, com mediana negativa de 3,40%.

Em 12 meses, a produção da indústria acumula alta de 0,5%, informou o IBGE. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF).

Bens de capital. A produção da indústria de bens de capital subiu 10% em janeiro ante dezembro do ano passado e puxou a alta geral da indústria. As condições ainda favoráveis ao investimento explicam a alta na produção de bens de capital descolada do resto da indústria, segundo Macedo. A categoria foi a única a registrar resultado positivo em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2013 (alta de 2,5%) e em relação ao acumulado de 12 meses (expansão de 12,1%).

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Macedo lembra alguns fatores que contribuíram para a compra de caminhões e de máquinas e equipamentos nos últimos meses, como concessão de financiamento de grandes proporções para alguns projetos, programa de renovação da frota de veículos pesados e a supersafra de grãos registrada no País em 2013.

"Isso explica a produção de bens de capital com comportamento totalmente diferente da indústria", disse Macedo. "Apesar da alta dos juros, as condições ainda são vantajosas para financiamento em termos de investimento. Isso explica a única taxa positiva em bens de capital em janeiro ante janeiro de 2013", citou.

Em relação aos bens de consumo, a produção registrou alta de 2,3% na passagem de dezembro para janeiro. Na comparação com janeiro de 2013, houve queda de 3,6%. No acumulado em 12 meses, a queda é de 0,8%.

Setores. A expansão da atividade industrial em janeiro teve perfil generalizado de crescimento, alcançando todas as categorias de uso e a maior parte ramos pesquisados, segundo o IBGE. Das 27 atividades, 17 registratam alta. Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por farmacêutica (29,4%), veículos automotores (8,7%) e máquinas e equipamentos (6,4%).

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Ainda segundo o IBGE, outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática (18,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (7,6%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (17,5%), borracha e plástico (4,9%), metalurgia básica (2,8%), calçados e artigos de couro (10,7%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,9%).

Por outro lado, nove ramos que reduziram a produção. Entre eles, o fumo (-47,6%), outros produtos químicos (-2,5%), refino de petróleo e produção de álcool (-2,2%), influenciada por paralisações em unidades produtivas do setor, e produtos de metal (-2,7%).

Revisão. O IBGE revisou a produção industrial de dezembro ante novembro do ano passado, de um recuo de 3,5% para queda de 3,7%. A taxa de outubro ante setembro também foi revista, de 0,3% para 0,5%. Já a produção de bens de capital em dezembro ante novembro passou de recuo de 11,6% para queda de 12,2%.

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A taxa de novembro ante outubro saiu de -3,5% para -3,2%. A produção de bens intermediários de dezembro ante novembro foi revista de -3,9% para -4,2%. A produção de bens de consumo duráveis saiu de queda de 3,0% para recuo de 4,4% em dezembro ante novembro.

Tendência. O índice de média móvel trimestral da produção industrial, que aponta para a tendência de alta ou baixa da série, registrou queda de 0,5% no trimestre encerrado em janeiro, na comparação com o trimestre encerrado em dezembro do ano passado.

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