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Argentina diz que tomará medidas por projeto da Vale

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

O governo argentino de Cristina Kirchner lamentou a "decisão unilateral da empresa Vale, de capitais brasileiros com sede jurídica no reino dos Países Baixos, de abandonar o projeto Potássio Rio Colorado, apesar dos esforços realizados por parte do Estado e das jurisdições provinciais e municipais envolvidas para garantir sua continuidade". Em nota publicada pelo site de imprensa da Presidência, o governo apontou os pedidos feitos pela companhia para evitar a suspensão do projeto, mas não reconheceu problemas relacionados à elevação dos custos do projeto derivada da alta inflação no país e das restrições cambiais que impõem uma abertura de mais de 50% entre o câmbio oficial e o paralelo, além da proibição de remessas de lucros e dividendos. O governo avisou que "buscará todos os meios para continuar o projeto e recuperar a dinâmica de trabalho prevista, levando em conta o forte impacto econômico e social que produz o abandono do empreendimento por parte da empresa Vale".Pela primeira vez, desde que a companhia brasileira manifestou problemas com o projeto no país, o governo de Cristina Kirchner se referiu às negociações e ofereceu detalhes. "Para dar continuidade ao investimento comprometido, a Vale exige que se programem, entre outras, as seguintes medidas: pagamento com bônus da dívida externa no valor nominal, recuperação antecipada do IVA, eliminação de impostos de exportação de cloreto de potássio e redução dos compromissos de investimento junto às diferentes jurisdições", relatou.Também pela primeira vez, o governo revelou o valor dos benefícios fiscais e cortes de gastos pedidos pela Vale. "O conjunto do que foi solicitado implicaria um aporte estatal de aproximadamente US$ 3 bilhões no curso de dois anos e sem qualquer contrapartida", reclamou o governo.A Casa Rosada explicou ainda que, diante das dificuldades da Vale, "o governo federal e as diferentes jurisdições envolvidas no projeto se comprometeram ao diálogo permanente e, em todo momento, propuseram alternativas para garantir a continuidade da construção do projeto". Para a presidente Cristina Kirchner, apesar do contexto atual de crise internacional, "o projeto ainda mantém seu atrativo econômico e financeiro".

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