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Baixa oferta de café tornará mercado ‘ainda mais apertado’, diz Osorio

Estimativas apontam para uma safra 15% a 20% menor em 2011

Por Daniela Milanese e correspondente da Agência Estado
Atualização:

O diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Néstor Osorio, acredita que o mercado ficará ainda mais apertado no próximo ano. Atualmente, a principal preocupação é se a oferta será suficiente para dar conta da demanda.

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Osorio lembrou que, em 2011, a produção brasileira apresentará ciclo negativo e as projeções apontam para queda entre 15% e 20% na oferta do País. Além disso, condições adversas de clima estão afetando as plantações no Vietnã. A safra da Colômbia pode ter alguma recuperação, mas não será suficiente para compensar a retração nos demais produtores.

"O mercado está muito nervoso, com muita movimentação e especulação", disse nesta quinta-feira, 23, em entrevista coletiva na sede da OIC, em Londres.

A entidade estima produção mundial entre 133 e 135 milhões de sacas de 60 kg de café para 2010/2011. A estimativa para o consumo é de 130 a 132 milhões de sacas.

Essa relação puxa os preços do café, alimentados também pelo dólar fraco. O setor passou por dois anos seguidos de déficit na Colômbia, sem produto similar capaz de fazer a substituição no mercado. "Os estoques estão sendo usados", reforçou Osorio.

Segundo ele, o consumo também está dinâmico e mesmo a pequena queda registrada durante a crise não foi suficiente para reverter a tendência de alta. Nos últimos dez anos, a demanda por café foi elevada em 25 milhões de sacas. "A demanda continua muito forte. A grande preocupação é saber como manter a oferta de café."

Embora cite a especulação como fator a pesar sobre o mercado, Osorio disse que a OIC não qualifica a atividade de investidores privados no setor. Ele também não quis manifestar opinião sobre a nova legislação proposta na Europa para conter a especulação. "Não temos capacidade de determinar se a política de controle dos derivativos é apropriada ou não."

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