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Bons resultados no abate de frango e suíno pode mudar consumo, diz IBGE

Para gerente de Pecuária do IBGE, inflação das carnes vermelhas pode levar brasileiro a substituir proteína por outras mais baratas

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

Os bons resultados nos abates de suínos e de frangos referentes ao quarto trimestre do ano passado podem refletir uma mudança no hábito de consumo do brasileiro, que notou no ano passado o avanço da inflação das carnes vermelhas, e agora procura substituir a proteína de sua refeição do dia a dia por carnes mais baratas. A análise partiu do gerente de Pecuária do IBGE, Octavio Costa de Oliveira.

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Ele lembrou que, no ano passado, a oferta de carne vermelha no mercado doméstico diminuiu muito, em virtude da menor disponibilidade de bovinos. Este cenário refletiu o abate de matrizes ocorrido há cerca de dois a três anos, que ajudou a diminuir o ritmo de nascimentos de bezerros e, por consequência, reduziu o tamanho do rebanho no País. Ainda segundo o especialista, o aumento no abate de bovinos em 2010 ante o ano anterior foi beneficiado por uma base de comparação baixa, referente a 2009, ano em que a economia brasileira enfrentou a crise global.

Ao mesmo tempo em que este cenário conduzia a um ambiente de carnes vermelhas mais caras, o consumidor voltou sua atenção para outros tipos de carnes, como frangos e suínos. Com a maior demanda por outros tipos de carne não bovina, o ritmo de abates de suínos e frangos cresceu fortemente na evolução trimestral. "Temos hoje muita propaganda, ações de marketing principalmente relacionadas ao estímulo de consumo de suínos do que em anos anteriores. A indústria percebeu este interesse do consumidor, e está respondendo a isso com o aumento de abates", afirmou.

De acordo com o especialista, a maior demanda por frangos e suínos é puxada basicamente por procura no mercado interno. O nível de exportação das carnes não supera o consumo doméstico. "Em torno de 20% da produção de suínos é exportada; no caso dos frangos, este patamar é de cerca de 35%, e no caso de bovinos oscila em 22%", acrescentou o especialista.

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