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Brasileira G5 fecha acordo com banco japonês Mizuho Securities

Pelo acordo, butique de investimentos brasileira e o banco vão atuar juntos em negócios de empresas dos dois países

Por Paula Pacheco e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A butique brasileira de investimentos G5 Advisors acaba de fechar uma parceria com um dos maiores bancos do Japão, o Mizuho Secutiries – o terceiro em valor de mercado. Com o acordo, os dois passam a atuar juntos na prospecção de clientes e de negócios nos dois países, conforme conta Corrado Varoli, um dos fundadores e presidente da G5.

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Apesar de o acordo de cooperação ter acabado de sair do papel, Mizuho e G5 já têm três clientes em comum. Varoli, ex-presidente do banco americano Goldman Sachs para a América Latina, não pode dar muitos detalhes sobre os clientes, mas conta que as áreas que mais interessam aos japoneses são a de mineração, siderurgia, petroquímica e agronegócio. "Já há investimentos de empresas japonesas nessas áreas de negócio", cita Varoli.

A Mitsui, por exemplo, está na Vale. A Nippon Steel está presente no capital da Usiminas. Outro caso de parceria entre investidores dos dois países é o da Cenibra (de produção de eucaliptos), que tem como sócios a Vale e a Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development.

No caso do agronegócio, prevê o presidente da G5, as áreas que mais devem interessar são as de produção de etanol e de biodiesel, plantio de soja e de eucalipto. "Mas não se deve esperar que os japoneses venham com apetite para serem donos de empresas brasileiras. O perfil deles é bem diferente dos americanos e de alguns europeus. Eles gostam de ter uma participação, não o controle", explica.

Segundo Varoli, o banco Mizuho tem 5% do capital de todas as empresas do Japão. No acordo com a G5, estão entre as prioridades não apenas a possibilidade de investimento com recursos do próprio caixa como assessorar empresas interessadas no País.

A partir de agora, a rentabilidade de todos os negócios entre os novos parceiros serão divididas pela metade. "Juntamos a experiência de uma butique de investimentos, que é uma área conhecida por todos, com a vantagem internacional", diz o presidente da G5.

 

A G5, além de cuidar de operações de fusões e aquisições, faz operações de reestruturação de dívidas de empresas e administra fundos, num total de R$ 300 milhões em carteira.

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A butique de investimentos está perto de lançar o primeiro fundo imobiliário. A operação deve acontecer até o fim deste mês. O fundo será lançado com um valor de R$ 500 milhões. Atualmente a G5 tem cerca de 20 mandatos para operações de fusões e aquisições.

Além de Varoli, são sócios Marcelo Lajchter, Renato Klarnet e Francisco Gros, presidente do Conselho de Administração, ex-presidente do Banco Central.

Em comunicado, o presidente do Mizuho Securities disse: "O Brasil tem agora uma incrível importância para as empresas japonesas e nós esperamos que a aliança com a G5 Advisors irá aumentar significativamente nossa capacidade de atender os nossos clientes nos seus planos de fusões e aquisições no Brasil".

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De olho no BrasilO acordo com a G5 não é a primeira parceria do Mizuho com o Brasil. Em setembro do ano passado o banco fechou uma aliança comercial com o Itaú-Unibanco para oferecerem juntos serviços aos exportadores japoneses e, assim, facilitar os empréstimos e cooperações financeiras para as companhias do país asiático que atuam no Brasil. O Mizuho tem apenas um escritório de representação no Brasil.

No fim de janeiro o banco divulgou os resultados obtidos no último trimestre de 2009. O lucro foi de cerca de US$ 428 milhões, acima das estimativas dos analistas. Muito tem se falado no Japão da possibilidade de o Mizuho vender ações no mercado no próximo ano fiscal, que começa em abril.

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