SÃO PAULO - A produção nacional de cerveja teve a segunda queda consecutiva em agosto. Na comparação com os dados de julho, o recuo foi de 7,7%. Em relação a agosto de 2013, de 2,3%. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 10, pela Associação Brasileira de Indústria da Cerveja (CervBrasil).
A explicação para essa queda na produção parece estar no bolso do consumidor.
Em agosto, a região Sudeste foi responsável por 54% da produção nacional - e enfrentou queda de 1,4% no volume produzido. Enquanto isso, no mesmo mês, a inflação da cerveja, medida em 12 meses, subiu bem acima da inflação média na região.
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em São Paulo, a cerveja ficou 11,46% mais cara. Enquanto isso, na média, os preços de todos os demais produtos do mercado consumidor paulista subiram 6,24%.
Em comparação semelhante, a bebida ficou 11,49% mais cara em Belo Horizonte, ante inflação média de 6,35%. No Rio, o preço do produto avançou 10,34%, sobre 7,67% de expansão média.
No Nordeste, segundo maior polo produtor (22% do total) de cerveja do Brasil, a queda do volume produzido foi ainda mais acentuada: de quase 11%. Em Salvador, a inflação média em 12 meses foi de 5,53% e as cervejas ficaram nada menos que 14,06% mais caras. Em Fortaleza, a alta média dos preços foi de 6,38% e a cerveja subiu 9,05%.
De acordo com o diretor executivo da CervBrasil, Paulo Petronio, o setor está agora num período de avaliação de investimentos de longo prazo.
"Após retração de 2% na produção de 2013, o desempenho neste ano é fundamental para a retomada da confiança dos investidores", disse, em comunicado à imprensa.
Neste ano, no total, os números do segmento estão positivos. No acumulado até agosto, a alta é de 8,7% em relação ao mesmo período do ano. Em 12 meses, o crescimento do volume produzido foi de 4,4%.
Mais cara em 2015. Prevista primeiramente para junho, a alta dos impostos das bebidas frias (que, além de cervejas, inclui refrigerantes, isotônicos e refrescos) foi adiada para setembro - alegadamente, pelo governo, por causa da Copa.
Deveria ter acontecido no último dia 1º. Mas, agora, por causa das eleições, a puxada do imposto também não veio. Em 2015, portanto, podem preparar o bolso tanto consumidores quanto produtores: o aumento médio previsto pela Receita Federal no preço dos produtos, quando do anúncio do aumento, era de 1,3%.