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Citrosuco e Citrovita se fundem e criam líder mundial no setor de suco de laranja

Juntas, as duas unidades devem somar faturamento anual de aproximadamente R$ 2 bilhões

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Por Redação
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A Citrosuco, controlada pelo Grupo Fischer, e a Citrovita, controlada pelo Grupo Votorantim, assinaram nesta sexta-feira, 14, acordo para fundir suas operações. Juntas, as duas unidades devem somar faturamento anual de aproximadamente R$ 2 bilhões e desbancar a Cutrale na liderança do mercado mundial de processamento de suco de laranja. "A empresa terá capacidade de produção equivalente a 25% do consumo mundial de suco de laranja", ressaltou o presidente da Citrosuco, Tales Lemos Cubero.

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De acordo com o presidente da Citrovita, Mario Pavaresco Jr., ainda não está definido o nome da nova companhia. Os executivos não revelaram detalhes da operação, que envolve os ativos de processamento de suco dos grupos Fischer e Votorantim, mas ressaltaram que não existem pretensões de a empresa abrir capital no momento. Eles também descartaram traçar projeções sobre o prazo para a conclusão da operação de fusão.

A companhia será composta por seis fábricas em São Paulo e uma na Flórida (EUA), além de operar terminais portuários no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia; e navios próprios e fretados. A nova empresa, segundo os executivos, terá capacidade equivalente a um porcentual entre 40% e 50% da safra total brasileira, ou o equivalente a aproximadamente 160 milhões de caixas de suco.

Questionados a respeito da possibilidade de o Cade colocar restrições ao negócio, os executivos destacaram a importância da criação de uma empresa em condições de fazer frente a um movimento de consolidação de companhias instaladas nos Estados Unidos e Europa. "O negócio aumenta o poder da indústria nacional a um nível internacional", destacou Cubero. Para Pavaresco, as duas empresas juntas terão condição de ser referência mundial em termos de custos, qualidade e eficiência. Os executivos não fizeram projeções sobre as sinergias possíveis provenientes da fusão.

A nova empresa terá 50% de participação de cada uma das companhias, mesmo com a Citrosuco tendo quase o dobro do tamanho da nova sócia. Em comunicado conjunto, as companhias não detalharam se haverá alguma compensação entre ambas nem se pronunciaram sobre a possibilidade de fechamento de unidades, como as duas que possuem em Matão (SP).

Pelo acordo entre os acionistas, a nova companhia terá como presidente o atual comandante da Citrosuco, Tales Lemos Cubero, e como diretor-geral Mario Bavaresco Junior, presidente da Citrovita. O conselho será formado por 50% de representantes de cada um dos acionistas.

Com receitas anuais de R$ 2 bilhões, a empresa terá sete plantas industriais, sendo uma nos Estados Unidos (Flórida) e seis no Estado de São Paulo, entre elas as duas em Matão e outras muito próximas, como a de Araras, da Citrovita, e a de Limeira, da Citrosuco. As companhias possuem 64 mil hectares de pomares próprios para a produção de laranja que representam, em média, 30% do processamento total da fruta. Os 70% restantes virão de mais de 2,5 mil citricultores independentes. A empresa terá 6 mil funcionários e atingirá 10 mil contratados durante a safra.

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Para a exportação de suco, as empresas terão dois terminais portuários no Brasil e seis no exterior - nos Estados Unidos, Bélgica, Austrália e Japão. Segundo as empresas, a nova companhia exportará para mais de 80 países e terá capacidade instalada de processar acima de 40% de todo o suco de laranja produzido e exportado pelo Brasil. Será responsável ainda pela produção de 25% de todo o suco de laranja consumido no mundo.

"A fusão proporcionará sinergias e ganhos operacionais em toda a cadeia de produção, exportação e comercialização do suco de laranja. As empresas pretendem estimular o desenvolvimento e crescimento da citricultura brasileira, gerando valor por meio de parcerias com os produtores independentes de laranja", informou o comunicado. Citrosuco e Citrovita relataram ainda que submeterão a operação aos órgãos de defesa da concorrência no Brasil e nos demais mercados em que atuam.

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