Com falência anulada, Lyra quer revisão de processo

A falência das usinas do grupo Laginha Agro Industrial, do deputado federal João Lyra, foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL). Segundo o assessor jurídico do deputado, Francisco Malaquias, o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Sebastião Costa Filho, suspendeu a falência decretada no dia 27 porque entendeu que o juiz que tomou a decisão, Marcelo Tadeu, não agiu de forma idônea. Malaquias afirma que o juiz já havia feito críticas publicamente ao deputado João Lyra, o que trouxe dúvidas sobre sua neutralidade no caso.O assessor explica que o pedido de falência foi feito por credores do setor bancário que ficaram insatisfeitos com a decisão do grupo Laginha de requerer a revisão dos encargos definidos na recuperação judicial, decretada em 2009. "O cenário mudou, os juros bancários caíram, o preço do açúcar e do etanol também. Pedimos que os encargos a serem pagos pela empresa se adequassem a este novo cenário e isto motivou o pedido de falência", disse. Malaquias disse também que enquanto o pedido de revisão de encargos ficou sendo analisado, o grupo deixou de pagar os bancos.Este aditivo com o pedido de revisão de encargos será, agora, apresentado para uma assembleia de credores no próximo dia 8 de outubro e se aprovada, será incorporado à recuperação judicial. Malaquias não adiantou quais serão as mudanças, mas elas envolverão redução nos juros incidentes sobre a dívida.Das cinco usinas do grupo, duas estão localizadas em Minas Gerais, no Triângulo Mineiro, nas cidades de Canápolis (unidade Triálcool) e Capinópolis (unidade Vale do Parnaíba). Estas usinas estão terminando de moer a safra 2012/13 do Centro-Sul. As outras três unidades são localizadas em Alagoas (unidades Uruba, Guaxuma e Laginha) e devem começar a moer a safra 2012/13 a partir de 10 de outubro. A safra do Nordeste começa em outubro e avança até fevereiro do ano seguinte. Juntas, as cinco usinas moem perto de 7 milhões de toneladas produzindo 100 mil toneladas de açúcar.A produção de etanol das duas usinas de Minas Gerais somou 150 milhões de litros.