O vice-presidente de assuntos corporativos da BRF - Brasil Foods, Wilson Mello, falou rapidamente a imprensa após a sessão desta quarta-feira, 8, do julgamento da fusão Sadia/Perdigão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Continuaremos trabalhando no sentido de encontrar uma solução negociada com o Cade. Hoje tivemos um voto, do relator, mas faltam ainda quatro votos. A companhia ainda acredita que existem argumentos que determinem uma solução negociada e que esses sejam encontrados, o que a empresa defendeu desde o início."
Sobre o pedido de vistas do conselheiro Ricardo Ruiz, o executivo se mostrou otimista. "Temos agora oportunidade de conversar com os outros conselheiros, que até agora não tiveram tempo e acesso suficiente às informações para analisar corretamente o processo e o voto do relator."
Questionado sobre se o tempo do pedido de vistas seria insuficiente, Mello reafirmou que o otimismo prevalece. "Ainda temos quatro conselheiros que precisam ser ouvidos para que a votação não seja levada ao radicalismo, que é a reprovação da fusão", concluiu Mello.
Em nota divulgada à imprensa, a empresa disse que considerou positivo o pedido de vistas do conselheiro Ricardo Ruiz.
A companhia afirma que apresentou a todos os cinco conselheiros que participam da análise da operação uma proposta inicial de acordo. "A BRF está, como sempre esteve, à disposição do Cade para uma solução negociada e acredita numa análise justa e imparcial do caso", afirma o texto enviado à imprensa.
A empresa afirma ainda que entende que o Cade possui todos os dados e elementos necessários para tomar uma decisão positiva para toda a sociedade brasileira.
A nota diz ainda que a união entre Perdigão e Sadia criou a segunda maior empregadora e a terceira maior exportadora do País. "A aprovação da fusão é pró-competitiva e não trará prejuízo aos milhões de consumidores atendidos por suas marcas, que se beneficiarão das eficiências geradas pelo negócio, em especial com relação a efetiva queda de preços. A título de informação, no ano de 2010 os preços da BRF tiveram aumento médio de 3,6%, índice bem abaixo da inflação", defende a empresa.
Por fim, a empresa afirma que a associação é essencial para que a companhia continue a exercer seu papel na geração de empregos e renda no Brasil. Em paralelo, fortalecerá a economia e a competitividade brasileira no exterior. "Somente uma companhia com o porte da BRF pode competir no mercado global em igualdade de condições com as grandes empresas do setor."
(Texto atualizado às 19h52)