Texto atualizado às 15h30
Os corpos das cinco vítimas da explosão no navio-plataforma Cidade de São Mateus, na Bacia do Espírito Santo, ocorrida na última quarta-feira, 11, já foram resgatados, informou a BW Offshore. A empresa norueguesa opera a embarcação, afretada pela Petrobrás desde 2009. Outras quatro pessoas seguem desaparecidas e uma equipe de especialistas retornou na manhã desta sexta-feira à unidade para verificar se há condições de segurança para dar seguimento às operações de busca.
Segundo o comunicado, as vítimas são quatro brasileiros e um indiano. "As providências estão sendo tomadas para a identificação formal e a liberação às famílias", informou a empresa, que até o momento não divulgou nenhuma lista de nomes. Já os desaparecidos são todos brasileiros.
"Este é um dia terrível para as famílias dos homens que perdemos, e nossos corações estão com eles. Seguimos determinados em continuar a busca por aqueles que ainda estão desaparecidos", diz o CEO da BW Offshore, Carl Arnet.
A BW informou ainda que sete pessoas feridas seguem sob cuidados médicos em hospitais da Grande Vitória. "A gerência da BW Offshore está em Vitória com a tripulação, e o suporte a eles e seus familiares está sendo fornecido", diz a nota.
Identificação. Três dos cinco mortos na explosão já foram identificados por familiares no Instituto Médico Legal (IML) de Vitória. O corpo do técnico em segurança do trabalho Wesley de Oliveira Bianchini, de 35 anos, que morava em Nova Friburgo, já saiu do IML rumo a uma empresa funerária. Ele será sepultado amanhã de manhã em Nova Friburgo.
O técnico em automação Heleno da Silva Castelo, de 31 anos, que era de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, morava em Serra, na Região Metropolitana de Vitória. Segundo a empresa funerária que recolheu o corpo, ele será enterrado amanhã de manhã no cemitério Jardim da Paz, em Serra. A informação não foi confirmada pela família.
O terceiro corpo já identificado é de um profissional que morava no Rio de Janeiro e estava embarcado no navio plataforma desde segunda feira. Após reconhecer o corpo, que está em vias de ser liberado pelo IML, a família não quis falar com a reportagem.
No IML ainda estão dois corpos não reconhecidos por familiares. Um deles é de um indiano e outro, de uma pessoa de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Navio. A empresa norueguesa reforçou que o casco do navio-plataforma está intacto. Nesta quinta-feira, fotos registradas pela Marinha do Brasil e distribuídas pela imprensa mostraram uma inclinação na embarcação, com a popa (parte traseira) mais afundada. A sala de máquinas, que alagou após a explosão na casa de bombas situada ao lado, fica próximo à popa. A Marinha não quis comentar as imagens, mas o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) confirmou a existência da inclinação, embora não haja riscos de afundamento total do navio-plataforma.
"Uma equipe de especialistas retornou à unidade para avaliar se as condições são suficientemente seguras para permitir a continuidade dos esforços de busca e resgate", informou a BW.
O FPSO Cidade de São Mateus, que opera nos campos de Camarupim e Camarupim Norte, a cerca de 120 quilômetros da costa do Espírito Santo, sofreu uma explosão às 12h50 de quarta-feira. As causas ainda estão sendo investigadas, mas sindicalistas falam em vazamento de gás. A estatal e o governo tentam vincular o acidente na unidade apenas à BW Offshore.
Havia 74 pessoas a bordo no momento do acidente. Após o ocorrido, a produção foi interrompida. O navio está conectado normalmente aos poços, mas a unidade foi desativada.