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Correios pavimenta internacionalização e quer foco em logística e serviços

Por ALUÍSIO ALVES
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A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos se prepara para ser uma multinacional e estrear nos Estados Unidos e na China até 2015, como parte do plano para diversificar receitas, disse o presidente da estatal federal, Wagner Pinheiro. De olho no avanço de concorrentes no mercado doméstico de encomendas, a maior empresa de logística da América Latina está perto de estrear projetos que incluem forte ampliação de serviços financeiros e de telefonia e expansão para fora do país. "Vamos colocar empresa no cenário mundial", disse à Reuters o executivo. O primeiro resultado dessa estratégia deve vir dos Estados Unidos, para onde a companhia destacou três executivos para prospectar oportunidades. O objetivo é comprar um negócio local, inicialmente para atender a comunidade de brasileiros no país. "Devemos comprar uma empresa de encomendas lá", disse. Enquanto isso, prepara para 2015 o início das operações de seu centro da distribuição na China. A unidade vai servir para ampliar o comércio eletrônico sino-brasileiro, em parceria com a gigante chinesa do setor Alibaba Group. Em ambos os casos, a ligação, tanto geográfica quanto no plano de negócios, vai envolver outro projeto recente do Correios: a compra de 49,99 por cento da empresa de carga aérea Rio Linhas Aéreas, recentemente aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Inicialmente, o objetivo é ter maior controle do processo de entregas de encomendas, serviço hoje feito por meio de 13 linhas aéreas terceirizadas. Segundo Pinheiro, o Correios já negocia a renovação da frota, atualmente de nove aeronaves. A troca deve envolver a chegada de jatos novos da Embraer, disse o executivo, sem mencionar números, mas revelando que a transação deve ter financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e envolver aviões capazes de trajetos intercontinentais. Em outra frente, o Correios está intensificando a oferta de serviços no Banco Postal, parceria com o Banco do Brasil para produtos financeiros. A joint venture lançou recentemente um projeto piloto em 80 de suas mais de 6,5 mil unidades para venda de financiamentos e cartões de crédito, entre outros produtos. Segundo Pinheiro, o Correios aguarda para até novembro a aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para que o Banco Postal possa também vender seguros. Para lastrear os investimentos que estão sendo tocados simultaneamente, a estatal de 127 mil funcionários já se prepara para buscar recursos no mercado de capitais. "Estamos preparados para acessar o mercado financeiro." Pinheiro prevê que, juntos, os segmentos de logística e de serviços, incluindo financeiros e de telefonia, tenham uma participação crescente na receita bruta da empresa, que somou 16,3 bilhões de reais em 2013. A expectativa do executivo é que esse faturamento cresça até 8 por cento neste ano.

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