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Decisão sobre novos aviões ainda não está tomada, diz Embraer

Segundo executiva da empresa, ‘para a Embraer, é mais adequado tomar uma decisão quando o mercado competidor estiver mais definido’ 

Por Silvana Mautone e da Agência Estado
Atualização:

A Embraer ainda não tomou nenhuma decisão a respeito do desenvolvimento de um novo avião. A afirmação foi feita na manhã desta terça-feira, 3, por Cynthia Benedetto, vice-presidente executiva Financeira e de Relações com Investidores da empresa, durante teleconferência com jornalistas brasileiros e estrangeiros.

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Uma das principais concorrentes da Embraer, a Boeing, deve anunciar a sua decisão a respeito de passar ou não a desenvolver um novo avião durante o Paris Air Show, na França, em junho. A empresa está avaliando se irá remotorizar o modelo 737 ou se irá produzir uma aeronave completamente nova. No caso de um novo avião, a expectativa é de um consumo de combustível entre 15% e 20% inferior e custo de manutenção entre 20% e 30% mais baixo.

"A questão é que, para a Embraer, é mais adequado tomar uma decisão quando o mercado competidor estiver mais definido", afirmou Cynthia Benedetto. "Não tenho como responder agora se a Embraer irá preferir anunciar uma decisão na Air Show ou no final do ano", afirmou.

Impacto cambial

A Embraer tem conseguido minimizar o impacto da valorização do real frente ao dólar por meio de revisão de processos e de investimentos em automação. A afirmação foi feita por Cynthia Benedetto, vice-presidente executiva financeira e de Relações com Investidores da empresa. "A médio prazo, a taxa excessivamente apreciada do real nos preocupa, mas até o momento os investimentos em automação e melhorias de processos têm permitido manter as despesas operacionais sob controle", afirmou.

Na divulgação de seu balanço financeiro referente ao primeiro trimestre deste ano, na noite de ontem, a empresa destacou que uma parte considerável de suas despesas operacionais é em reais e que a apreciação de 7,4% entre a taxa de câmbio média do real em relação ao dólar do primeiro trimestre do ano passado para primeiro trimestre deste ano "representou um desafio adicional na gestão de tais despesas operacionais".

Como exemplo, citou que as despesas administrativas nos três primeiros meses deste ano alcançaram R$ 95,4 milhões, volume 50,7% maior que no mesmo período do ano passado, quando somaram R$ 63,3 milhões. "Este acréscimo foi decorrente da apreciação do real em relação ao dólar e do dissídio coletivo de aproximadamente 10% ocorrido no quarto trimestre do ano passado", justifica o texto.

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Com relação às perspectivas de 2011, divulgadas no mês passado, junto com o balanço do quarto trimestre de 2010, a executiva disse que as previsões estão mantidas. "Reiteramos o guidance que divulgamos, que se refere às entregas previstas", afirmou. Já com relação a novas vendas ao longo deste ano, que se referem a entregas a partir de 2012, ela se mostrou otimista. "O mercado está se recuperando e vemos grandes oportunidades em renovação de frota, especialmente no mercado americano", disse.

Entregas

A vice-presidente executiva Financeira e de Relações com Investidores da Embraer, Cynthia Benedetto, disse que questões técnicas e problemas comerciais impactaram a entrega de aeronaves no primeiro trimestre deste ano. "A previsão já era de um número de entregas menor, mas também enfrentamos algumas questões técnicas com peças do Phenom 300 e problemas comerciais como, por exemplo, atraso na entrega de documentação de alguns clientes", disse a executiva esta manhã durante teleconferência com jornalistas brasileiros e estrangeiros.

Ao longo do primeiro trimestre deste ano, a Embraer entregou 20 jatos para o mercado de aviação comercial e oito para o de aviação executiva, totalizando 28 aeronaves. O volume representa uma queda de 31,7% no total de aviões entregues durante o mesmo período do ano passado.

No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida da Embraer somou R$ 1,756 bilhão, próxima do R$ 1,783 bilhão registrado no mesmo período de 2010.

Já a carteira de pedidos firmes a entregar, o chamado backlog, totalizou US$ 16 bilhões ao final do primeiro trimestre, um aumento de US$ 400 milhões em relação a dezembro de 2010. Isso representa aproximadamente três anos da receita anual estimada para 2011

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