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Dilma e Medvedev negociam compra de baterias antiaéreas da Rússia

Países negociam acordos comerciais sem burocracia

Por Agência Estado
Atualização:

Conforme divulgado pelo Itamaraty, o objetivo dessa declaração é iniciar as negociações para a compra das baterias antiaéreas "com o desenvolvimento conjunto de novos produtos de defesa e a participação de empresas estratégicas de Defesa brasileiras nos processos produtivos e de sustentabilidade logística integrada".

A declaração será assinada pelo chefe do Estado-maior conjunto das Forças Armadas do Brasil, general José Carlos de Nardi, e pelo diretor do serviço federal de cooperação técnico-militar da Rússia, Alexander Vasilievich Fomin. Segundo o Itamaraty, o acordo comercial e militar envolve o fornecimento de três baterias do Pantsir S1, avançado sistema de artilharia aérea. A presidente Dilma Rousseff ouviu detalhes da proposta durante visita a Rússia, em dezembro passado. Os dois governos querem que as negociações bilaterais sejam iniciadas em março deste ano. Uma das exigências do Palácio do Planalto é a de que haja transferência de tecnologia, sem restrições.

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Esporte

Os dois países sediam as duas próximas edições da Copa do Mundo e assinaram plano de ação na área de Esporte para cooperação em sistemas esportivos e de controle de dopagem. Será criado um grupo de trabalho para acompanhar as atividades previstas, entre elas a visita de representantes de órgãos da administração pública, intercâmbio de profissionais do esporte e realização de jogos amistosos. Entre as outras medidas tomadas, está a inclusão da Rússia no programa Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas para estudantes brasileiros no exterior, e a assinatura de um acordo que estabelece critérios fitossanitários para a inclusão do trigo russo no mercado brasileiro.

Carne brasileira

O vice-presidente Michel Temer disse que as reuniões entre as autoridades brasileiras e russas para tratar das restrições à carne brasileira naquele mercado tiveram resultados "extremamente favoráveis". Temer destacou que o tema já foi tratado em uma outra reunião da comissão, há dois anos. "As autoridades sanitárias do Brasil e da Rússia tiveram entendimentos ao longo desse período que amenizam enormemente aquela pequena restrição que havia no passado", afirmou o vice-presidente. "Isso vem sendo consolidado neste momento. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, teve seguidas reuniões ontem e hoje com as autoridades dessa área, com resultados extremamente favoráveis." Embora o governo russo alegue que não exista mais embargo, na prática as empresas reclamam que os frigoríficos de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul continuam com restrições ao mercado russo. "Na prática, não tem nenhuma restrição ao comércio. O Brasil não está ofendido, não se sente prejudicado como autoridade sanitária. Tudo que combinamos com os russos estamos conseguindo conciliar", disse a jornalistas o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Ênio Marques. "Vamos tentar ajudar as empresas com problemas, mas é um problema delas, não é um problema nosso." De acordo com o secretário, o Brasil não vai tratar da questão no "canetaço". "Nós, governo, estamos dispostos a ajudar, mas não podemos substituir a capacidade empreendedora e suprir isso, na marra, no canetaço e com atrito. A nossa maneira de trabalhar é construtiva, amigável. Não vamos trabalhar na pancadaria", disse Marques. Entre os atos assinados no Itamaraty está um acordo que estabelece critérios fitossanitários para que o trigo russo tenha acesso ao mercado brasileiro.

(Com Rafael Moares Moura, da Agência Estado)

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