BEIRA DO ABISMO
As esperanças foram abaladas este mês, quando o grupo de investimento Rioforte deixou de honrar o pagamento de títulos de dívida comprados pela Portugal Telecom equivalentes a 40 por cento de seu valor de mercado. A Rioforte é de propriedade de um acionista da Portugal Telecom sob investigação por irregularidades financeiras.
A Oi não foi informada do investimento da Portugal Telecom na Rioforte antes da fusão.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sócio da Oi através de seu braço de participações BNDESPar, acusou a Portugal Telecom de má governança e houve quem questionasse se a fusão do grupo português com a Oi sobreviveria.
Fontes afirmaram que Bava ajudou a apaziguar os ânimos, convencendo os portugueses a assumir o risco de crédito para o malfadado empréstimo e reduzindo sua fatia na CorpCo dos 38 por cento estimados inicialmente para 25 por cento.
O diretor de Finanças da Oi, Bayard Gontijo, também foi para a linha de frente das negociações em Portugal, reunindo-se com grandes investidores como o presidente-executivo da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, de acordo com as duas fontes.
Ainda assim, mais de 1 bilhão de dólares em espécie que a Portugal Telecom deveria ter aplicado na fusão agora estão fora do negócio, sem aliviar a alta alavancagem da Oi.
A desconfiança nascida entre acionistas brasileiros e portugueses também será um teste para as habilidades diplomáticas de Bava, afirmou a segunda fonte.
“A única razão de ele estar aqui é ele ser a última esperança”, declarou um proeminente acionista minoritário da Oi, que pediu para não ter o nome revelado. “Se ele fosse demitido agora, as ações despencariam 30 por cento facilmente. As coisas podem estar ruins com ele, mas seriam piores sem ele.”
(Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., em São Paulo, e Andrei Khalip, em Lisboa)