Publicidade

Estados não produtores querem parte da União nos royalties

Parlamentares querem que governo abra mão da Participação Especial na exploração de petróleo

Por Karla Mendes , Renata Veríssimo e da Agência Estado
Atualização:

Os parlamentares representantes dos Estados não produtores querem que o governo abra mão de parte dos recursos da Participação Especial referente à exploração de petróleo para compensar Estados e municípios não produtores no período de transição do modelo de concessão para a adoção do regime de partilha, quando haverá uma distribuição mais igualitária dos recursos dessa exploração. Segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), isso é possível porque o volume de recursos da Participação Especial é de R$ 11 bilhões, montante superior aos R$ 10 bilhões de royalties. "Se conseguirmos ter um pouco mais da Participação Especial, temos reais condições de chegar a um acordo e não votar o veto", disse o senador em referência ao veto do ex-presidente Lula à chamada Emenda Ibsen, que prevê distribuição igualitária entre Estados produtores e não produtores. "Todo mundo tem de ceder um pouco. E a União pode mais", reforçou. Ao participar de reunião realizada há pouco no Ministério da Fazenda, Delcídio disse que "sentiu que há espaço" para que o governo faça essa concessão. Hoje a distribuição da Participação Especial é feita da seguinte forma: 50% dos recursos vão para a União, 40% para os Estados produtores e 10% para os municípios produtores. "Será que não dá para tirar alguma coisa", questionou Delcídio, referindo-se à participação da União. Outra proposta em análise pelos parlamentares da base governista é o aumento do número de campos que pagam a Participação Especial, de 18 para 40, o que representaria R$ 7 bilhões a mais de recursos. Essa alternativa, porém, segundo o senador, depende de "análise jurídica", por impactar os contratos de concessão vigentes. "Como 99% da Participação Especial é paga pela Petrobrás, essa mudança pode comprometer os investimentos da empresa", ponderou. Na próxima semana, na segunda ou na terça-feira, haverá uma nova reunião para tratar da distribuição dos royalties do petróleo. As discussões desse novo encontro vão focar o processo de transição do sistema de concessão para a partilha. Os senadores haviam apresentado hoje uma proposta que alteraria também a distribuição dos recursos também no sistema de partilha, mas segundo Delcídio, essa ideia "foi deixada de lado para focar na transição". A nova reunião ocorrerá entre o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que representará o ministro Guido Mantega no encontro. Mantega estará em viagem ao Estados Unidos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.