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Bancos podem emprestar mais, diz Trabuco

Em Davos, presidente do Bradesco diz que instituições financeiras estão ‘com o dedo no gatilho’ para ampliar financiamentos no País

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e correspondente
Atualização:

LONDRES – O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou ao Estadão/Broadcast que os bancos estão preparados ampliar o financiamentos no País. “Como a recessão acabou, estamos com o dedo no gatilho para emprestar”, disse, por telefone, de Davos, onde participará do Fórum Econômico Mundial. 

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A perspectiva do Bradesco para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 é de 2,8%. “Com uma taxa ao redor de 3%, é fácil prever que o crédito possa crescer 5%, o que torna 2018 um ano excepcionalmente bom”, previu. Assim como há capacidade ociosa na indústria doméstica, como no caso da automobilística, também há capacidade ociosa no setor financeiro, disse Trabuco. 

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Luiz Carlos Trabuco Cappi, que vai participar do Fórum Econômico Mundial, afirma que bancos brasileiros estão preparados e com caixa para ampliar o volume de crédito: 'agora, tudo depende do PIB' Foto: Reuters

O momento, para o executivo, é de retomada, depois de três anos de recuo no volume de contratos de crédito. “A fatia do crédito saiu de quase 55% do PIB para 46% por vários motivos: falências, quebras, reestruturação, recessão. Sua retomada depende quase que basicamente do PIB agora”, disse. 

Em relação ao pequeno impacto no mercado doméstico do rebaixamento da nota de crédito brasileira pela agência S&P, Trabuco disse que apesar de os fundamentos fiscais do Brasil serem piores que os de seus pares, os fundamentos externos locais (conta corrente, fluxo de investimento direto) são melhores. “O mercado levou em consideração isso e o mercado brasileiro não está desconectado de um ambiente global favorável.”

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Sobre reforma da Previdência, o presidente do Bradesco afirmou que o Brasil está atrasado em relação ao viés que domina os debates sobre o tema. “No Fórum, o tema é tratado sob o foco da demografia, do envelhecimento e, no Brasil, o assunto é tratado em função da necessidade fiscal. Nem discutimos o impacto do envelhecimento do sistema de proteção e por isso estamos um pouco atrás.”  Não há dúvidas, segundo ele, que a questão fiscal é prioritária, mas, as discussões em torno da reforma têm de ser colocadas “no gerúndio”. “Isso deve fazer parte de uma agenda das próximas décadas. Temos de fazer ajuste fiscal no Brasil ao redor de 5% do PIB (Produto Interno Bruto), é um dos maiores comparáveis a outras economias. Isso precisa de determinação, compromisso porque faz o futuro do Brasil.” 

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Por isso, Trabuco acredita que todos os potenciais candidatos à Presidência da República na eleição de outubro terão de se posicionar sobre o tema.

Ele evitou arriscar um palpite sobre que perfil tem mais chances de vencer a disputa. “Qual é o tema para o eleitor em outubro? Economia, ética, segurança ou previdência? Independentemente de onde se situe o candidato, temos de entender que o ideal seja alguém que dê sequência ao papel de modernização da economia. Precisamos ter senso de urgência e nunca dá para começar um novo governo do zero. É preciso acabar com o que está em circulação. Principalmente a reforma da Previdência.”

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