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Fipe divulga novos pesos dos itens do IPC após mudanças na POF

Mudança é a primeira feita de forma significativa desde 2000 e representa a etapa final da formação da nova POF, que começou em outubro de 2008

Por Flavio Leonel e da Agência Estado
Atualização:

A divulgação feita nesta terça-feira, 12, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da primeira quadrissemana de julho trouxe os itens do indicador com novos pesos, como parte das tentativas do instituto de retratar de maneira mais fiel a realidade dos preços na cidade de São Paulo. A mudança nos pesos é a primeira feita de forma significativa desde 2000 e representa a etapa final da formação da nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) da Fipe, que começou em outubro de 2008.

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Segundo a Fipe, o processo de formação da nova POF é demorado, já que leva em conta desde a coleta de todos os tipos de gastos dos consumidores escolhidos para o levantamento, até a seleção dos itens que mais pesam no bolso dos paulistanos. Com as crescentes mudanças de consumo e atualizações tecnológicas, as POFs de alguns institutos vêm ficando desatualizadas e, com isso, a alterações foram promovidas.

No caso da Fipe, um bom exemplo de item recente que ainda não fazia parte da pesquisa do instituto é o notebook. Em contrapartida, o aparelho freezer, que tinha um grande número de consumidores na década de 80 do século passado, teve sua importância minimizada entre os eletrodomésticos e deixou de fazer parte dos itens do IPC.

Outro detalhe importante são os pesos de alguns itens para a formação do IPC. Um dos maiores exemplos é o etanol, cujo consumo cresceu consideravelmente depois do surgimento dos veículos flex no Brasil, mas que era classificado com um peso bastante inferior ao da gasolina. Na nova POF, o etanol ainda pesa bem menos que a gasolina, mas aumentou sua participação no cálculo do IPC.

Mais um exemplo clássico de mudança de importância de pesos é o aluguel, que, na pesquisa anterior da Fipe, pesava expressivos 8,97% e, na nova POF, teve seu peso reduzido para 4,68% e uma desmembramento detalhado por dormitórios e tipos de moradia.

Em entrevista à Agência Estado, o coordenador do IPC, Antonio Evaldo Comune, disse que a Fipe divulgaria ainda hoje (12) em seu site uma tabela comparativa entre os pesos antigos e os novos. Ressaltou, porém, que fará comentários mais detalhados sobre a nova POF apenas no fechamento do IPC de julho, que será divulgado no início de agosto. "Prefiro destacar no final do mês, com a inflação final calculada pelos dois tipos de ponderação", afirmou.

A nova POF aumenta o número de subitens pesquisados para 468. Antes, os preços de 465 subitens eram captados.

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Nos 72 anos de pesquisas de preços em São Paulo, foram registradas sete POFs, o que dá um intervalo superior a dez anos entre elas. A penúltima foi realizada em 1998/1999, com conclusão em 2000. A alegação para que não sejam realizadas quantidades maiores de atualizações é o elevado custo que elas representam para os institutos.

O IPC é o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil. Começou a ser calculado em janeiro de 1939 pela Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade do cálculo foi transferida para o Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (USP) e, posteriormente em 1973, com a criação da Fipe, para esta instituição.

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