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Frimesa investirá R$ 2,5 bilhões até 2030 para se tornar referência no setor de suínos

Companhia já é uma das principais produtoras da proteína animal no País, com faturamento de R$ 2,5 bilhões em 2016, 13% mais ante 2015

Por Camila Turtelli
Atualização:

A Frimesa pretende se tornar uma referência nacional na produção de carne suína e, para isso, prevê investimentos de R$ 2,5 bilhões em toda a cadeia produtiva até 2030. Com sede em Medianeira (PR), a empresa é uma central, que reúne cinco cooperativas filiadas e tem produtores que atuam como parceiros e fornecedores de matéria-prima. Além da suinocultura, ela também atua no setor de lácteos. "Até 2018, toda nossa produção terá controle de origem, com certificações que atestam a qualidade em questões como ração animal até bem-estar das criações e dos trabalhadores", afirmou o diretor executivo da Frimesa, Elias José Zydek, ao Broadcast Agro, serviço de notícias do agronegócio em tempo real do Grupo Estado.

Frimesa produziu cerca de 350 mil toneladas de carne no ano passado Foto: JOSE MARIA TOMAZELA/AE

Em 2016, o faturamento da cooperativa deve fechar em R$ 2,51 bilhões, 13% a mais do que o registrado em 2015. Já o volume de produção deve superar 349 mil toneladas, com 5,5% de crescimento. Para 2017, a projeção é que o faturamento atinja R$ 3 bilhões (+18%) e que o volume de produção ultrapasse 375 mil toneladas, o que representa 7,5% de aumento. Os números refletem, principalmente, os investimentos crescentes da companhia na cadeia produtiva da carne suína. A Frimesa é uma das principais produtoras de carne suína no Brasil. "Atualmente, temos 1.050 produtores integrados e gradativamente estamos ampliando a produção, que é de 7 mil cabeças abatidas por dia, para 21 mil cabeças por dia até 2028", disse Zydek. Sobre os investimentos previstos, o executivo afirma que 30% deverão ser recursos próprios e o restante financiado, sem dar mais detalhes. O aporte envolve produtores, cooperativas integradas e a própria Central Frimesa. O ponto alto desse movimento é a construção de um frigorífico de carne suína. Serão 141 mil metros quadrados de área construída em uma propriedade de 115 hectares, na cidade de Assis Chateaubriand, no Paraná. A primeira etapa deve ser concluída em 2018, gerando 3,5 mil empregos diretos, segundo a cooperativa. A finalização do complexo está prevista para 2025. O investimento total desta etapa vai consumir cerca de R$ 800 milhões. A cooperativa, que destina cerca de 90% da sua produção ao mercado interno, aposta no crescimento do consumo de carne suína no Brasil, mesmo após a queda registrada em 2016. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo doméstico da proteína deve encerrar o ano com recuo de 4,9% ante 2015, passando de 15,2 quilos per capita, para 14,4 quilos per capita. Já a produção deve atingir 3,7 milhões de toneladas de carne suína, aumento de 2,4% ante as 3,6 milhões de toneladas de 2015, em virtude principalmente do aumento das exportações. Os embarques de carne suína in natura totalizaram no ano passado 628,7 mil toneladas, 33% acima das 472,7 mil toneladas embarcadas em 2015, segundo o Ministério da Indústria, Serviços e Comércio Exterior (MDIC). "Nossa visão é de médio e longo prazo. O Brasil está atravessando uma queda do poder aquisitivo neste momento, mas cremos que o País vai voltar a crescer", ponderou o diretor executivo da Frimesa. "Apostamos no crescimento da carne suína, garantindo procedência e qualidade." Para ele, as campanhas que promovem a carne suína no Brasil, intensificadas por instituições que representam o setor nos dois últimos anos, devem levar cada vez mais a proteína para o prato do brasileiro, seja na forma de produto in natura, ou processado (linguiça, defumados, frios, entre outros). Hoje, a diversificação dos cortes e a comercialização da carne suína são destaques da cooperativa. No ano passado, a produção alcançou 209 mil toneladas e, em 2016, o número deve chegar a 233 mil toneladas. Além disso, Zydek prevê que os custos de produção para a indústria brasileira de proteínas devem ser mais favorável já em 2017, por causa do menor preço da ração. "O milho foi o fator que atrapalhou e interferiu no custo de produção do suíno, encareceu em torno de 12%, mas já está cedendo", comentou. O Brasil deve colher uma safra maior do cereal nesta safra 2016/17, o que deve colaborar para a queda dos preços e favorecer as margens da indústria. 

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