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Gol fecha 2015 com prejuízo 284,1% superior ao de 2014

Prejudicada pela alta do dólar frente ao real, empresa aérea registrou as maiores perdas de sua história

Por FERNANDO SCHELLER E RENATO CARVALHO
Atualização:

A companhia aérea Gol anunciou, ontem à noite, um prejuízo líquido de R$ 1,13 bilhão no quarto trimestre de 2015. Ao longo de todo o ano passado, a empresa perdeu R$ 4,29 bilhões, uma alta de 284,1% nas perdas. O resultado de 2015é equivalente a quase o quádruplo das perdas do ano anterior, que somaram R$ 1,1 bilhão.

Trata-se do pior prejuízo da história da Gol. O resultado também supera a maior perda anual conjunta do setor aéreo para um ano, registrada em 2012, quando todas as empresas somadas tiveram um prejuízo de R$ 3,63 bilhões.

Resultado de 2015 é equivalente a quase o quádruplo das perdas do ano anterior Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

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A receita líquida da Gol somou R$ 2,65 bilhões de outubro a dezembro de 2015 e de R$ 9,78 bilhões no ano fechado – ambos os resultados mostraram retrações sobre 2014.

A empresa justificou os resultados principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar, que ficou próxima de 50% no ano passado. Despesas como querosene de aviação, leasing de aeronaves e manutenção da frota são cotadas na moeda americana.

Segundo a companhia, os prejuízos acumulados refletem perdas com a variação cambial de R$ 4,48 bilhões nos últimos cinco anos, que levaram a Gol a um patrimônio líquido negativo de R$ 4,32 bilhões em dezembro de 2015.

O resultado operacional – que desconta perdas em outras áreas, como a ocasionada pela variação cambial – foi negativo em R$ 95,3 milhões no quarto trimestre, conforme o balanço da Gol. No ano, as perdas foram de R$ 183,8 milhões. Em 2014, a empresa teve resultados operacionais positivos.

Redução de voos. Além dos resultados negativos, a Gol divulgou também ontem alguns de “guidances” (objetivos) operacionais para 2016. A companhia aérea projeta uma queda na oferta de assentos, medida pela multiplicação do número de poltronas disponíveis pela distância de cada voo (ASK, na sigla em inglês), entre 5% a 8% para este ano.

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A Gol espera também uma queda de 15% a 18% no total de assentos para 2016, mesma projeção para o recuo no volume total de decolagens neste ano. 

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