SÃO PAULO - Quem acha que as modelos de revista são muito magras ainda não viu nada. A obsessão do mundo da moda pela magreza acaba de dar mais um mergulho com o anúncio de uma nova medida de roupas tamanho 'triplo zero' (XXXS)
A novidade foi apresentada pela famosa grife americana Abercrombie & Fitch e vem provocando polêmica na Europa e Estados Unidos.
O tamanho equivale à medida de 23 centímetros ao redor da cintura e seria mais indicado para meninas de 6 a 8 anos, mas está sendo oferecido para jovens adolescentes e adultas.
Para se ter uma ideia, o tamanho zero, que provocou discussão tempos atrás, era a medida de mulheres supermagras como Victoria Beckham e Lindsay Lohan.
No Brasil, a cintura média das mulheres varia de 66 centímetros no manequim 36 a 90 centímetros no manequim 48. Os quadris vão de 88 a 112 centímetros nos mesmos tamanhos.
Pais preocupados com o risco de anorexia inundaram o site da Abercrombie com reclamações após a diculgação do novo tamanho de roupas. Especialistas em saúde já debatem que tamanho triplo zero poderia ser atribuído ao poder da mídia social e em particular da moda selfie.
Modelos famosas divulgam suas fotos com silhuetas exageradamente finas e isso estimula a obsessão pela magreza.
Após a repercussão e alertas de médicos alarmados com a novidade, a empresa anunciou em um comunicado a decisão de remover a nova medida "por algum tempo". No ano passado a grife já havia causado polêmica ao anunciar que não iria mais prozudir os tamanhos GG e XG para associar a marca 'pessoas magras e bonitas".
Fundada em 1892 como uma loja de roupas esportivas, a Abercrombie foi recentemente acusada de preconceito contra trabalhadores que alegavam terem sido preteridos por não atenderem aos padrões de beleza da grife. A empresa costuma contratar atendentes jovens e bonitos que trabalham com pouca roupa para atrair a clientela.
O presidente da empresa, Mike Jeffries, provocou polêmica no ano passado com uma entrevista onde admitia não aceitar a presença de jovens com excesso de peso em suas lojas, mas apenas magros e bonitos.
Há dois anos, um e-mail interno revelou que a empresa recomendava aos atendentes masculinos que fizessem ao menos dez flexões antes do trabalho para manter a forma física.