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Grupo Ser fará nova proposta pela Estácio

Oferta deve elevar pagamentos em dinheiro aos acionistas da Estácio e diminuir a fatia que o controlador da Ser Educacional teria da nova empresa

Por Dayanne Sousa
Atualização:
Estácio é disputada por Ser Educacional e Kroton Foto: Divulgação

SÃO PAULO - A Ser Educacional prepara nova proposta pela Estácio depois que a Kroton anunciou ter melhorado sua oferta pela empresa de ensino carioca. Segundo fontes, a Ser deve apresentar nova proposta até segunda-feira e irá considerar a possibilidade de reduzir a fatia que o atual controlador, Janguiê Diniz, teria na nova empresa.

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As fontes afirmam que a Ser planeja ainda uma elevação de pagamentos em dinheiro aos acionistas da Estácio. Esse processo pode ocorrer por meio de mudança na proposta de distribuição de dividendos extraordinários.

A proposta original da Ser envolve pagamento extraordinário de dividendos aos atuais acionistas da Estácio de R$ 590 milhões. A companhia combinada teria participação dos acionistas atuais da Estácio de 68,7% e dos acionistas atuais da Ser Educacional de 31,3% em seu capital social total e continuaria listada no Novo Mercado.

Diniz e o atual presidente da Estácio, Chaim Zaher, teriam se encontrado ontem à tarde para acertar detalhes antes da formalização de nova oferta da Ser. Zaher tem manifestado a pessoas próximas sua insatisfação com a proposta da Kroton.

Conforme informou anteontem o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a resistência de Zaher e do Conselho da Estácio fez com que a Kroton começasse a falar diretamente com acionistas da Estácio sobre a nova proposta, que agora contempla uma relação de troca de 1,25 ação da Kroton para cada ação da Estácio.

A empresa aposta numa pressão por parte de acionistas sobre o atual conselho e diretoria da Estácio em prol da fusão. O capital da Estácio é composto por grandes fundos, alguns dos quais também investem na Kroton. Zaher é o maior acionista individual e sua família detém cerca de 14% da Estácio.

Zaher não esconde sua insatisfação com a situação da empresa de ensino. A Estácio é cobiçada por Kroton e Ser Educacional, mas fontes afirmam que ele tem conversado com outros grupos, como fundos de investimento e outras instituições de ensino. Pessoas do setor veem pouco espaço para que essas negociações se viabilizem.

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Antes de mais nada, o Conselho de Administração da Estácio precisará se manifestar sobre as propostas da Kroton e da Ser Educacional. O esforço de Zaher, porém, confirma o que ele declarou a analistas em teleconferência na última semana: ele não descarta a hipótese de a Estácio seguir caminhando sozinha e mirando aquisições.

Oferta melhor. O mercado segue apostando que uma transação com a Kroton é o resultado mais provável. Após notícias na imprensa sobre as conversas de Zaher e João Carlos Di Genio, da Unip, analistas consideraram que um avanço seria difícil. “Nenhum grupo educacional convenceu Di Genio a fechar negócio”, disse em nota o Bradesco. “Acreditamos que Zaher não está satisfeito com o preço proposto e luta por uma melhor oferta por parte da Kroton”.

Pessoas ouvidas pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, dizem que Zaher também não recebeu bem a nova proposta da Kroton, feita na terça-feira. Para quem enxerga a situação do lado da Estácio, as ofertas de Kroton e Ser ocorrem num momento em que o valor de mercado da companhia carioca atinge patamar historicamente baixo.

Quando entrou no capital da Estácio, após acordo firmado em 2013, Zaher recebeu ações como parte do pagamento pela aquisição, pela empresa, da UniSeb, instituição até então controlada por ele. Nesse acordo, cada ação da Estácio estava avaliada em cerca de R$ 17. Zaher seguiu comprando ações no mercado num período em que os papéis se valorizavam. Em 2014, chegaram a mais de R$ 20.

Hoje, mesmo em meio às especulações sobre eventual fusão, os papéis estão próximos de R$ 15. A própria distância entre o valor de mercado da Estácio e o da Kroton tem ficado abaixo da de anos anteriores.

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