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Investimentos 'inadequados' do Postalis devem ser investigados, diz Berzoini

Ministro das Comunicações cobra investigação na gestão do fundo de pensão dos funcionários dos Correios, que ameaça reduzir renda de participantes em até 25,98% por 15 anos para cobrir rombo

Foto do author Murilo Rodrigues Alves
Foto do author Andreza Matais
Por João Villaverde , Murilo Rodrigues Alves e Andreza Matais
Atualização:

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, afirmouque o escândalo do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, envolve "recursos dos trabalhadores" que devem ser "recuperados" caso seja comprovado erro na política de investimentos do fundo.

"Se houve investimentos inadequados, temos que recuperar. São recursos dos trabalhadores. As autoridades têm que tomar todas as providências para recuperar esses investimentos e para responsabilizar quem tenha tomado decisões em desacordo com a lei", disse Berzoini. O ministro participou de um seminário promovido pelas empresas de telecomunicações em Brasília nesta terça-feira, 24. 

Os funcionários dos Correios e a empresa já fazem contribuições extras ao plano desde 2013 para cobrir o déficit de R$ 1 bilhão dos dois anos anteriores. Foto: Hélvio Romero/Estadão

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O Estado revelou que funcionários dos Correios tentam evitar, por meio de uma batalha judicial e pela força das greves, que os participantes do Postalis tenham uma redução de até 25,98% em seus contracheques a partir de abril de 2015 pelo período de 15 anos e meio. 

O cálculo para o desconto nos salários dos funcionários da ativa que têm participação no fundo é baseado no benefício futuro contratado. 

O pagamento extra é resultado de um déficit atuarial de R$ 5,6 bilhões no Postalis - comandado por PT e PMDB - provocado por investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento passado ao fundo. 

Os Correios divulgaram nota na qual esclarecem que o equacionamento do déficit de um dos planos do Postalis com os funcionários da ativa, aposentados e pensionistas está amparada na lei de previdência complementar. 

“Pela lei de previdência complementar, os fundos de pensão são obrigados a promover essa medida. Os Correios, como patrocinadores do plano, contribuirão de forma paritária, conforme previsto na legislação.”

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Conforme a nota, o índice de 25,9% se aplica sobre o valor dos benefícios dos participantes ativos do plano de benefício definido (BD Saldado). Para a maior parte dos participantes desse plano, o impacto será menor do que 6% do salário, informou a estatal. A estatal não informou na nota, mas os aposentados e pensionistas terão cortes de 25,98% nos benefícios.

Os Correios informam que o déficit do plano BD Saldado decorre de investimentos realizados até 2011, parte deles à revelia do Postalis, por administradores contratados. O instituto tem ações em curso na Justiça visando à recuperação de todos os ativos que deram prejuízo, com decisões favoráveis até o momento. 

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