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IPO da unidade de fertilizantes da companhia pode ser reavaliado

Segundo diretor da subsidiária de fertilizantes, a Vale realizou estudos sobre a possibilidade de IPO, mas concluiu que 'projetos em andamento não seriam bem precificados' 

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

Os planos da mineradora Vale de fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma unidade que reuniria os ativos de fertilizantes da empresa poderão ser reavaliados futuramente, afirmou à Agência Estado, o diretor da Vale Fertilizantes, Mario Alves Barbosa. Segundo o executivo, a Vale realizou estudos sobre a possibilidade de IPO, mas se chegou a conclusão de que "os projetos em andamento não seriam bem precificados".

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Mesmo sem o IPO, o diretor da Vale Fertilizantes disse que os investimentos programados serão cumpridos utilizando o caixa da companhia. Para este ano a Vale projetou aportes de US$ 2,5 bilhões para o segmento de fertilizantes.

No entanto, para a produção estimada pela companhia de 800 mil toneladas de potássio para este ano, Barbosa afirmou que o volume ao fim do ano deverá ficar um pouco abaixo do esperado, com uma queda aproximada de 5% a 8%, ficando dessa forma entre 736 mil toneladas a 760 mil toneladas. Para 2015, por outro lado, o executivo disse que a estimativa de 3,4 milhões de toneladas está mantida.

Para cumprir com esse cronograma, o diretor da Vale Fertilizantes lembrou que no fim de 2014 está programada para ter início a produção de potássio na Argentina, no projeto Rio Colorado, em Mendoza. Esse projeto passou por um revés no mês passado quando governo da província argentina suspendeu sua autorização, acusando a Vale de não ter cumprido exigências do governo, como o contratação de mão de obra local. Na semana passada a província autorizou a retomada da obra.

O diretor da Vale destacou ainda que as metas de crescimento da companhia serão cumpridas organicamente, mas que "oportunidades de aquisições serão analisadas". No entanto, Barbosa disse que, nesse momento, não estuda nenhuma aquisição.

Produção

O aumento da produção de fertilizantes no Brasil está sendo barrado por problemas de infraestrutura e frete, disse Barbosa, que também é presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). "Temos que ter uma solução para produzir fosfato no Brasil Central e levar para outras regiões do País", disse.

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Hoje, uma das metas da Vale no setor de fertilizantes é se tornar um dos maiores players nesse setor e, com isso, diminuir a dependência do fertilizante importado. No caso do potássio, a dependência chega a 90% e para o fósforo, 44%.

Potássio

O diretor da Vale destacou que o projeto do Rio Colorado de potássio, em Mendoza, Argentina, terá a sua produção destinada exclusivamente para atender a demanda brasileira.

O projeto em Mendoza foi liberado na semana passada pelo governo da província argentina, após ter sido paralisado diante da acusação do governo de que a mineradora brasileira não estava cumprindo exigências impostas, como a contratação de mão de obra local e de fornecedores da região. O projeto, orçado em US$ 5,5 bilhões, possui uma capacidade inicial estimada em 2,4 milhões de toneladas de potássio.

"As jazidas de potássio estão restritas. Os projetos que estamos vendo hoje são brownfield", disse. O executivo participa hoje do Congresso Brasileiro de Fertilizantes, que acontece em São Paulo.

A Vale deverá investir US$ 1,5 bilhão em seu projeto de potássio no Estado de Sergipe em um período de até dois anos, afirmou Barbosa. A produção inicial está sendo estimada em 1,2 milhão de toneladas anuais de cloreto de potássio.

Em abril, a Vale recebeu da Administração Estadual de Meio Ambiente do Estado de Sergipe (Adema) a licença prévia para o projeto de extração de potássio no Estado.

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Uma das metas da mineradora para os próximos anos é diminuir a dependência da importação de fertilizantes pelo Brasil e de se tornar um dos principais produtores mundiais nesse setor. Segundo Barbosa, a expectativa é que a dependência de potássio importado pelo Brasil caia dos atuais 90% para 80% em 2015. Nesse ano, a Vale projeta que produzirá 3,4 milhões de toneladas.

(Texto atualizado às 19h14)

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