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Jac Motors corta investimento em fábrica na BA

Montadora chinesa decidiu sair da sociedade com grupo brasileiro; em vez de R$ 1 bi, projeto terá investimento de R$ 200 mi

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

A montadora chinesa JAC Motors, que veio em 2011 ao Brasil com plano de instalar fábrica na Bahia e aproveitar o apetite do brasileiro para comprar carros, foi surpreendida pela crise econômica e decidiu sair da sociedade com o grupo brasileiro SHC, do empresário Sérgio Habib, que tocará o projeto sozinho. Agora serão investidos R$ 200 milhões, em vez do R$ 1 bilhão projetado inicialmente. Os chineses vão se responsabilizar pela transferência de tecnologia e exportação de componentes para a montagem dos veículos.

Antes, os chineses detinham 66% da JAC no Brasil, enquanto o grupo SHC tinha 34%, segundo a assessoria de comunicação da empresa. Depois a composição acionária foi invertida e a SHC passou a responder por dois terços do projeto, que continua previsto para ser erguido em Camaçari, na Bahia.

Lançamento da pedra fundamental foi em 2012 Foto: Manu Dias|Divulgação

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Parte do novo aporte virá de recursos próprios, mas Habib vai buscar financiamentos, inclusive com a Desenbahia, agência de fomento da Bahia. Desde o início do projeto a instituição tem adiado a liberação de R$ 120 milhões solicitados pelo grupo.

A opção dos chineses por deixar de investir se deve à decepção com o mercado local, diz a assessoria. Em 2012, os brasileiros compraram 3,8 milhões de veículos e a expectativa era de que, em 2016, o volume saltasse para cerca de 5 milhões. O projeto inicial da fábrica previa capacidade produtiva de 100 mil carros ao ano. Agora é de 20 mil.

Para este ano, o grupo SHC espera nova queda do mercado, para cerca de 2 milhões de veículos, de 2,57 milhões em 2015. Aposta também em lenta recuperação a partir de 2017, com a volta ao patamar de 2012 só em 2023 ou 2024.

A JAC ainda não sabe quantas vagas serão criadas com o novo projeto. Na previsão anterior seriam 3,5 mil empregos diretos.

No novo projeto, houve também alteração do modelo a ser produzido. Habib optou pelo utilitário compacto T5, que custa entre R$ 60 mil e R$ 70 mil, em vez do T3, que seria vendido entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Inicialmente o veículo terá a maior parte das peças importadas.

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A JAC espera iniciar a produção até março de 2016, o que significa que a fábrica deveria ficar pronta até dezembro no terreno onde, em 2012, o grupo enterrou um carro da marca numa cápsula do tempo, durante o lançamento da pedra fundamental do projeto. Outra opção será alugar um galpão para agilizar o processo. Já há três propostas de locais. Em 2015 a JAC vendeu 5 mil veículos, 40% a menos que em 2014./ COLABOROU CLEIDE SILVA

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