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Leilão de energia A-5 atrai 81 usinas e retoma usinas a gás

Por FERNANDO EXMAN
Atualização:

O leilão de energia nova para 2014 (A-5) atraiu 81 usinas, totalizando 19.168 megawatts de potência instalada, disse na quinta-feira o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Ele considerou a oferta "expressiva" e comemorou o retorno das usinas termelétricas a gás natural e a ausência de empreendimentos a óleo combustível, mas demonstrou preocupação com a possibilidade de as sete hidrelétricas cadastradas não participarem do certame por falta de licenças ambientais. "A qualidade da matriz (energética) que sairá do leilão está nas mãos da área ambiental", afirmou Tolmasquim a jornalistas. O leilão está agendado para o dia 17 de dezembro. A EPE anunciará os projetos habilitados a participar do negócio 15 dias antes. Segundo o presidente da instituição, mesmo que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não libere as licenças para as sete hidrelétricas cadastradas, não há risco de desabastecimento do mercado nacional. Além de haver excedente de energia, o crescimento da demanda desacelerou devido aos efeitos da crise financeira global, argumentou. "Não há risco de oferta mesmo ficando um terço, um quarto ou menos que isso (do total de 19.168 megawatts). A questão é do que estaremos contratando em termos de qualidade...sob a ótica do abastecimento, a coisa está muito tranquila." Das sete hidrelétricas cadastradas, as quais demandarão investimentos de 4,5 bilhões de reais, Tolmasquim acredita que duas têm mais chances de obter a autorização do Ibama a tempo: Santo Antonio do Jari (300 megawatts) e Garibaldi (175 megawatts). Pelas regras do setor, as hidrelétricas precisam conseguir as licenças até 35 dias antes do leilão. Tolmasquim lembrou que não há o mesmo problema com as usinas termelétricas porque elas só dependem de licenças dos Estados, que normalmente querem atrair esses investimentos. "Temos que torcer para que saiam as licenças ambientais", disse, ponderando estar "esperançoso e cético" sobre o assunto, em referência ao histórico de disputa entre os setores elétrico e ambiental do governo. Em relação ao aumento da participação de usinas a gás natural, Tolmasquim comentou que o combustível "está sobrando." Ele destacou ainda que em 2014 diversos gasodutos estarão prontos e haverá mais terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL) operando. "Podemos dizer que é o leilão da volta do gás." ENERGIA EÓLICA Tolmasquim revelou também que o leilão de venda de energia eólica, inicialmente agendado para 25 de novembro, deve ser adiado para dezembro. De acordo com o presidente da EPE, muitas empresas estão demorando a entregar os documentos relativos às certificações das estimativas de potencial de seus parques, o que tem dificultado a organização do leilão. "Deve ser adiado para dezembro...não há uma decisão, há uma possibilidade de ser adiado dado o volume de certificações que ainda não chegaram", disse. O presidente da EPE afirmou ainda ter a expectativa de que a licença prévia para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, que também enfrenta dificuldades, saia no final de outubro ou no início de novembro.

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