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Mantega reúne bancos para falar sobre o crédito no 2º semestre

Segundo o presidente da Caixa, ministro e instituições financeiras fizeram uma avaliação das perspectivas de oferta de crédito nos próximos meses

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Por Renata Veríssimo , Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

Texto atualizado às 19h46

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BRASÍLIA - O presidente da Caixa, Jorge Hereda, informou que na reunião desta quarta-feira entre banqueiros e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi feita uma avaliação das perspectivas de oferta de crédito no segundo semestre. "A nossa avaliação é muito boa. A carteira da Caixa cresceu bastante e vamos continuar crescendo no segundo semestre", disse Hereda. "Nós estamos indo muito bem. A Caixa está contribuindo para o crescimento do País", completou.

Hereda disse que a avaliação de todos os bancos é de que o crédito se comportará melhor no segundo semestre. "O segundo semestre vai ser muito melhor. É o pensamento de todos os bancos".

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi na mesma linha e afirmou que a economia está reagindo bem e que a expectativa é positiva para os próximos meses. Ele evitou, contudo, fazer outros comentários sobre a reunião. As instituições financeiras já estavam na mira do governo, que vem cobrando desde abril a redução dos juros e agora pressiona pelo aumento do volume de novos empréstimos. 

Os outros dirigentes deixaram a reunião sem falar com a imprensa. O ex-presidente do Banco Central (BC), Pérsio Arida, que hoje é vice-presidente do BTG limitou-se apenas a declarar: "Agradeço o interesse, mas não vou falar".

Crédito

Mantega cobrou dos bancos uma atitude mais proativa na oferta de crédito. Mantega pediu mais redução dos juros, atitude considerada por ele como o melhor caminho para estimular a tomada de empréstimos, segundo apurou a Agência Estado. Embora o governo aposte na retomada do crescimento econômico neste segundo semestre do ano, o ministro acredita que a queda dos juros e o aumento das concessões de financiamentos ajudarão numa recuperação mais rápida.

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Banco do Brasil e Caixa devem ser os primeiros a obedecerem a ordem do ministro. Mantega avalia que os bancos públicos estão puxando o mercado de crédito no País, mas ainda têm espaço para avançar. O ministro argumentou que a queda nos juros bancários nos últimos meses foi apenas um pouco maior do que ocorreria naturalmente em função da redução da taxa básica de juros (Selic) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito para a pessoa física (IOF) de 2,5% para 1,5%. Por isso, ele quer a continuidade da trajetória de queda dos juros bancários. O ministro não conversou com os banqueiros sobre o aumento das tarifas bancárias.

Apesar da cobrança, o clima da reunião foi de tranquilidade e de cordialidade. Estavam presentes nove representantes de instituições financeiras, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Desde abril, o ministro vem fazendo declarações públicas sobre a postura dos bancos, que se retraíram na concessão de crédito em função da crise internacional e do aumento da inadimplência. Depois de um mal-estar entre o governo e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) que obrigou o ministro elevar o tom, os bancos mudaram de postura e passaram a mostrar publicamente engajamento no esforço do governo para reduzir juros e ampliar o crédito no Brasil.

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