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Mudança no setor de educação passa pela arquitetura das salas

Para conectar e integrar alunos, redes de ensino precisam tornar o ambiente físico mais amigável à tecnologia

Por Marina Gazzoni
Atualização:
Estácio criou sua própria versão do ‘datashow’, diz Lindália Reis Foto: WILTON JUNIOR | ESTADÃO CONTEUDO

SÃO PAULO - Em meio ao processo de digitalização do conteúdo, os grupos de educação tem de pensar em um novo formato das salas de aula. Em vez de inibir o uso do celular pelos alunos, as novas salas são desenhadas para estimular o uso de dispositivos móveis para acessar plataformas digitais de ensino. O ambiente também deve ser mais “amigável” para receber trabalhos em equipe e, em algumas ocasiões, estimular o aluno a ser mais ativo no processo de ensino.

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A inspiração para a nova sala de aula vem de ambientes como os escritórios das empresas de tecnologia e das cafeterias Starbucks, afirma o arquiteto Kiko Sobrino, que desenvolve projetos para escolas há cerca de três anos. “O aluno já é digital, mas a sala de aula ainda é um ambiente analógico. Ela precisa de uma evolução”, diz. Sobrino projetou uma sala de aula para o grupo Santillana, que oferecerá às escolas uma opção para adaptar seus ambientes. A regra é ter um ambiente conectado, com mesas compartilhadas, centrais de carregadores e QR codes para divulgar a tabela periódica, por exemplo.  Renovação. Para acessar conteúdos online na sala de aula, a Estácio repensou o antigo “datashow”. A empresa pesquisou no mercado aparelhos que pudessem se adaptar à sala de aula, mas, na falta de um produto adequado, desenvolveu sua própria solução. A Estácio criou o “telion”, uma espécie de TV equipada com processador da Intel. No telion, o professor pode escrever na própria tela, acessar um conteúdo no sistema de ensino da universidade, marcar o texto digital e receber dúvidas de alunos. “Não temos a pretensão de inventar a roda. Mas tivemos de criar nossa própria solução porque o que encontramos no mercado não era viável. Ou era muito caro e não dava para usar em grande escala ou era uma solução muito difícil de ser usada pelos professores”, afirma a diretora de inovação da Estácio, Lindália Reis.

Desde que construiu o protótipo, a Estácio já produziu 100 unidades do telion na fábrica da Samsung. Para este ano, a meta é colocar o aparelho em 4 mil salas de aula. A empresa é dona de uma patente internacional do produto e avalia licenciar o eletrônico para outras escolas interessadas. 

Mão na massa. Além de adaptações para receber a tecnologia, as salas são reformadas para estimular o aluno a ser mais ativo no processo de ensino. 

Para isso, o grupo Anima pretende construir laboratórios “maker” nas suas universidades. São espaços onde os alunos podem fazer protótipos de suas ideias. O primeiro deles foi inaugurado no ano passado na Unimonte, em Santos (SP), e mais dois serão criados neste semestre - na UniBH e na Una, ambas em Minas Gerais. Além dos laboratórios, a Anima pretende construir 50 salas de aulas inovadoras neste ano, com puffs, mesas em triângulo e outras adaptações para facilitar o trabalho em grupos.

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