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No banco, garantia de Silvio manteve cliente

Funcionários dizem que ação do ‘patrão’ foi decisiva; financiamento de carros segue normal

Por Luiz Guilherme Gerbelli e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A garantia do empresário Silvio Santos de oferecer os seus bens para cobrir o investimento do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no Banco Panamericano estancou a saída de clientes, segundo funcionários da instituição.

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O anúncio do socorro de R$ 2,5 bilhões do FGC deixou clientes e funcionários mais tranquilos em relação ao destino da instituição financeira. "Na quarta-feira, o telefone não parou de tocar das 7h da manhã até as 22h", disse uma funcionária do banco. "Os clientes queriam saber se os investimentos deles seriam afetados ou não pelas notícias divulgadas."

A tensão só baixou mesmo depois que Silvio Santos colocou os seus bens à disposição. "O nível de confiança aumentou", disse uma outra funcionária. De acordo com ela, muitos clientes mantiveram as suas posições como demonstração de crença na imagem do empresário. "Mas com a direção muitos clientes se decepcionaram. O banco era pequeno, então eles eram conhecidos."

São poucos os funcionários que aceitam falar sobre o descompasso contábil do banco. "Eu tenho certeza de que os funcionários nunca esperavam por uma situação como essa. Quero ver se quem fez isso será preso", afirmou ela.

Para quem depende dos financiamentos pequenos, a preocupação parece ser menor. Um motoboy, que não revelou o nome, disse não ter conhecimento suficiente sobre o caso. Ele adquiriu um financiamento de R$ 10 mil para a compra de uma moto. "Independentemente do que ocorrer eu vou ter que pagar pela moto, senão alguém vai tomá-la de mim", diz ele, que parcelou a dívida em 48 prestações. No banco, os funcionários dizem que o movimento é normal.

Nas lojas de veículos usados (um dos principais nichos de mercado do banco), a quantidade de financiamentos com o aval do Panamericano não mudou. "Era a empresa que mais aprovava e, pelo menos até agora, nada mudou", diz o comerciante Márcio Rosa, de 38 anos, dono de uma loja na região central de São Paulo.

Na avaliação de Rosa, o impacto da notícia do Banco Panamericano foi pequeno. No passado, diz ele, quando cenários parecidos ocorriam, as financiadores tinham uma política mais restritiva quanto à concessão de crédito. "O mercado está muito aquecido. E, ao que tudo indica, nada vai mudar." Outras revendas da região confirmaram que os financiamentos por meio do Banco Panamericano continuam sendo realizados normalmente.

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No primeiro dia, após o anúncio do da situação financeira do banco, os investidores resgataram R$ 400 milhões. Na instituição estão aplicado R$ 4 bilhões somente em CDBs. (Certificados de Depósitos Bancários).

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