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‘O Brasil está muito melhor hoje do que há cinco anos’

Diretor do Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) diz que instituição tem agora no radar concessões e ativos de infraestrutura no País

Por Catia Luz
Atualização:

Responsável pela gestão dos recursos do fundo de pensão canadense – com 20 milhões de contribuintes e cerca de US$ 340 bilhões em ativos –, o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) chegou ao Brasil em 2014, justamente quando o País começou a ingressar na pior crise da sua história.

Diretor responsável pelos ativos no Brasil e América Latina, Rodolfo Spielmann diz, no entanto, que as condições hoje estão melhores do que quando decidiram vir. “O Brasil era um paciente que estava ótimo aparentemente, mas que, na verdade, tinha muitos problemas”, afirma o executivo. “Hoje, há uma abertura para o capital estrangeiro com regras mais claras.”

Rodolfo Spielmann, diretor responsável pelos ativos no Brasil e América Latina do Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) Foto: Hélvio Romero/Estadão

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Com investimento nos segmentos imobiliário e de shoppings, o fundo estreou recentemente no setor de energia no País, com a criação de uma joint-venture com o grupo Votorantim, focada no desenvolvimento do setor de geração, com previsão de investir mais de R$ 3 bilhões no longo prazo. A aquisição não tirou o apetite do fundo, que tem agora no radar concessões e ativos de infraestrutura.

Como o investidor estrangeiro está vendo o Brasil?

Na minha avaliação, o País está muito melhor do que há cinco anos. O Brasil era um paciente que estava ótimo aparentemente, mas que, na verdade, tinha muitos problemas. Hoje, depois de tudo, você tem um ambiente de inflação controlada, abertura para o capital estrangeiro com regras claras e um combate sistemático à corrupção. Mesmo com perspectivas de volatilidade da economia, em função de campanha eleitoral, o Brasil teve melhorias fundamentais.

Qual a lógica de investimentos do CPPIB para o País?

Temos um olhar para o longo prazo e sempre buscamos parceiros operacionais para os nossos investimentos, como Cyrela e Aliansce no setor imobiliário e de shoppings. Na nossa seleção de negócios, pensamos em aportes entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões em setores como infraestrutura, recursos naturais e agronegócio.

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Quais concessões e ativos de estatais à venda estão no radar de vocês?

Não posso comentar ativos específicos, mas concessões em rodovias, portos ou aeroportos nos interessam. Nosso foco é em ativos brownfields (já construídos), com retorno, um co-controlador alinhado e boas perspectivas de negócios. No restante da América Latina, temos fortes operações nessa área como, por exemplo, o Grupo Costanera, líder na operação de rodovias no Chile. 

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